O suicídio cometido pelo padre Geraldo de Oliveira, de 77
anos, ocorrido nesta terça-feira (01/02) na Igreja de São Sebastião, em
Surubim, Agreste de Pernambuco, está repercutindo nacionalmente.
Geraldo era vigário da paróquia onde o seu corpo foi
encontrado e deixou uma carta de quatro páginas onde relata o desprezo por dos
padres Amaro e Correia. De acordo com o relato deixado, o padre Amaro o
destratava com frequência, desferindo palavras de baixo calão e o impedia de
celebrar missas, no que contava com a anuência do Padre Correia.
Quando a Polícia Civil chegou o corpo estava no chão, com a
cabeça em um travesseiro, entre os bancos, perto da porta principal do templo.
Em uma lixeira, próxima ao cadáver, foram achados uma garrafa de champanhe
quebrada e dois frascos de uma substância que a polícia acredita ter sido
utilizada pelo sacerdote para tirar a própria vida.
O padre Geraldo havia celebrado a missa na segunda-feira
(31/01). Quando os fiéis saíram, pediu ao sacristão que fechasse as portas e
ficou sozinho na igreja. A carta estava presa no peito do sacerdote com uma
fita adesiva, assinada com a data de 1.° de fevereiro de 2022 e começou a ser
escrita em 21 de janeiro deste ano. O conteúdo já havia sido distribuído para
várias pessoas, entre elas o pastor da Igreja Maranata, Geraldo Magela, que era
vizinho da vítima.
Ao lado do corpo, foi encontrada também uma bolsa com uma
corda. O sacristão contou à polícia que o padre havia pedido para ele deixar a
porta de acesso à escadaria da torre da igreja aberta, mas a solicitação não
foi atendida.
Assim que a notícia da morte se espalhou, dezenas de pessoas
se concentraram ao redor da matriz. A área foi isolada pela Polícia Militar até
a chegada dos peritos. O corpo foi encaminhado na madrugada desta quarta-feira
(2) para o Instituto de Medicina Legal, em Recife.
Na carta, padre Geraldo deixou expresso o desejo de ser
sepultado em Surubim, mas nem a família nem a Diocese de Nazaré da Mata, até o
fechamento desta matéria, divulgaram informações em relação ao velório e ao
sepultamento.
Os fiéis surubinenses estão inconformados e pedem justiça. A
prefeita de Surubim, Ana Célia Farias, decretou luto oficial de três dias no
município. O pastor Geraldo Magela, amigo do padre Geraldo, publicou um vídeo
pelas redes sociais lamentando o ocorrido e testemunhando sobre a vida cristã
deste homem de Deus.
Sobre o padre
Ficou conhecido pela atuação no trabalho social. Ele
construiu 78 casas em Surubim e outras 20 em Nazaré da Mata para famílias
carentes. Realizava também, de forma permanente, campanhas para doação de
cestas básicas, colchões e roupas. Nestas ações filantrópicas, contava com a
colaboração de amigos que residem na Alemanha, país que visitava regularmente.
Nossaaaa! Impressionante o estágio de destituição da alma do ser humano e o retorno a barbárie!!! Assustador!!
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