Marcelo Borges e Odorico Moraes que pesquisam a pele de
tilápia como alternativa no tratamento de queimaduras.
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Um projeto inédito dará oportunidade aos alunos da Faculdade
de Medicina de Olinda de acompanhar uma pesquisa pioneira que visa usar a pele
do peixe tilápia em casos de queimaduras e feridas. A pesquisa, idealizada pelo
cirurgião plástico Marcelo Borges, coordenador do SOS Queimaduras e Feridas do
Hospital São Marcos/Rede D'Or e Coordenador de Treinamentos em Saúde da FMO,
está sendo desenvolvida no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos
(NPDM), da Universidade Federal do Ceará (UFC).
É a primeira vez na história que pesquisadores utilizam pele
de peixe para tratar essas lesões. Tentativas já foram feitas com outros
animais. A parceria FMO e UFC foi estabelecida e vai premiar o melhor aluno do
primeiro semestre de 2016. O estudante terá as noções básicas das principais
etapas do estudo e visitará todas as instalações, “ in locun”. “Essa é mais uma
ação inovadora da FMO, a de fazer com que um estudante, que concluiu apenas o
primeiro semestre do curso, conviva com a intimidade de uma pesquisa pioneira
no mundo”, destaca Marcelo Borges, responsável técnico por quase dois anos do
Banco de Pele do IMIP.
Sabe-se que apenas um por cento da tilápia destina-se à
matéria-prima para o artesanato, sendo os 99% comercializados in Natura.O
estudo já repercute pela importância de vir a ser um curativo biológico. O uso
da pele da tilápia, umas das principais espécies de peixe de água doce do
Brasil, como curativo biológico e temporário (enquanto ocorre a cicatrização),
começou a ser pesquisado há quatro anos pelo cirurgião plástico que levou a
ideia para o Ceará. Ele contou inicialmente com a ajuda do Instituto de Apoio
ao Queimado, presidida pelo cirurgião plástico e pesquisador, Edmar Maciel, que
viabilizou o financiamento do estudo, através da Coelce (Companhia Energética
do Ceará). A equipe que hoje desenvolve o trabalho visitou pisciculturas no
Açude Castanhão, na Região do Jaguaribe, naquele estado, a fim de analisar como
a tilápia é criada e quais são os cuidados locais necessários para a sua
aplicabilidade médica.
O estudo em Fortaleza revelou que a pele humana e a do peixe
são semelhantes em aspectos importantes, como a resistência, a umidade e
quantidade de colágeno existente. Participam também do trabalho os
pesquisadores Odorico Moraes,Coordenador do NPDM e Nelson Piccolo, experiente
cirurgião plástico de Goiás. “Nosso intuito é que a pesquisa, pioneira na área
de queimaduras e feridas, seja apresentada a um maior número de publicações e
eventos da especialidade no Brasil e no exterior”, conta o Dr. Marcelo Borges.
Por: Denise Martins.
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