![]() |
(Foto: Arquivo/Agência Brasil desemprego jovens)
|
O relatório “Tendências Globais de Emprego para a Juventude
2017", lançado pela Organização Mundial do Trabalho (OIT) alerta para o
desemprego juvenil, que atinge 70,9 milhões de jovens no mundo. Para 2018, a
estimativa é de que o desemprego entre a população jovem aumente ainda mais,
chegando a 71,1 milhões de pessoas.
O documento divulgado ontem (20) mostra que, em 2016, a taxa
global de desemprego juvenil ficou em 13%. Para 2017, deve ficar um pouco
acima, em 13,1%. Apesar do pequeno aumento, o indicador representa melhora
significativa se comparado ao auge da crise, em 2009, quando foram registrados
76,7 milhões de jovens desempregados no mundo.
Se considerarmos apenas a América Latina e o Caribe, a taxa
de desemprego juvenil ficou em 19,6% em 2017, o que representa 10,7 milhões de
pessoas. Os piores indicadores são observados nos Estados árabes (30%) e no
norte da África (28,8%).
De acordo com o relatório, cerca de um quinto dos jovens em
todo o mundo não estão empregados, estudando ou em treinamento. Apesar da
recuperação econômica, o desemprego permanece alto, e os jovens são mais
propensos a estar desempregados do que os adultos ao redor do mundo.
O documento revela que, entre os jovens, os baixos níveis de
produtividade e uma grande informalidade continuam a ser desafio. Na medida em
que as populações envelhecem, a força de trabalho jovem terá que cada vez mais
apoiar as pessoas idosas. Essas condições globais exigem esforços concertados
para garantir que jovens, tanto mulheres quanto homens, tenham acesso a
empregos decentes.
De acordo com o estudo, a diferença nas taxas de desemprego
entre jovens e adultos quase não mudou na última década, ilustrando as enormes
desvantagens que a juventude enfrenta no mercado de trabalho.
Atualmente, dois em cada cinco jovens na força de trabalho
estão desempregados ou estão trabalhando enquanto continuam na pobreza, uma
realidade que afeta sociedades do mundo todo.
Em 2017, 39% dos 160,8 milhões de jovens trabalhadores no
mundo emergente e em desenvolvimento vivem em pobreza moderada ou extrema, ou
seja, com menos de U$ 3,10 por dia. No entanto, há uma leve tendência de que
este indicador melhore em 2018, com 158,5 milhões de jovens no mundo
trabalhando e vivendo na pobreza (38,5%).
Mulheres
Em 2017, a taxa global de participação delas na força de
trabalho é 16,6 pontos percentuais menor que a dos homens, sendo a participação
masculina na força de trabalho equivalente a 53,7% e a feminina, 37,1%. Na
América Latina, a diferença chega a 19,2 pontos percentuais, sendo os homens
responsáveis por 59,3% da força de trabalho e as mulheres, por 40,1%.
As taxas de desemprego das mulheres jovens também são
significativamente maiores do que as dos homens jovens.
Além disso, a diferença de gênero na taxa de jovens que não
estão trabalhando nem estudando ou recebendo treinamento é ainda maior: 34,4%
das mulheres jovens, comparado a 9,8% dos homens jovens. Globalmente, somando
homens e mulheres jovens, são 21,8% que não estudam nem trabalham.
Informalidade
Para muitos deles, presente e futuro estão na economia
informal. No mundo todo, três em cada quatro jovens mulheres e homens
empregados estão no emprego informal (76,7%). A informalidade é
comparativamente menor entre os adultos empregados, embora a taxa seja também
alta (57,9%). Nos países em desenvolvimento, essa proporção chega a 19 em cada
20 jovens mulheres e homens (96,8%).
Em todos os países emergentes, os jovens em emprego informal
representam 83% dos que estão empregados, quase 20 pontos percentuais maior do
que entre os adultos. A informalidade é menor, mas ainda relevante, nos países
desenvolvidos, onde atinge pouco menos de 20% dos jovens que trabalham.
Outros resultados
O relatório também revela que os setores com algumas das
maiores taxas de crescimento de emprego juvenil na última década incluem
finanças, comércio e saúde.
No Brasil, 70% dos jovens empregados na saúde são do sexo
feminino. O setor de comércio, hotéis e restaurantes representou o maior
crescimento de empregos entre os jovens quando comparado aos adultos. De acordo
com o documento, este aumento pode estar ligado à transição de uma cultura
agrícola para uma de serviços.
Novo mundo de trabalho
De acordo com o relatório, os jovens trabalhadores estão
embarcando em um novo mundo, muitas vezes em empregos que não existiam no
passado. Em média, os jovens trabalhadores agora são mais educados do que as
gerações anteriores. Além disso, crescendo em um ambiente mais aberto à
tecnologia, eles estão mais bem preparados do que os adultos para colher
oportunidades decorrentes da atual onda de tecnologia e podem se adaptar mais
facilmente a novos empregos.
Os jovens trabalhadores também têm mais vantagens no uso do
computador do que os trabalhadores mais velhos. Uma análise de dados da
Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) sugere que os
trabalhadores jovens são melhores equipados para resolver problemas em
ambientes ricos em tecnologia do que os trabalhadores mais velhos.
As habilidades demandadas também estão mudando. Houve um
declínio na busca por capacidades de nível médio, enquanto a procura por
trabalhadores altamente qualificados e menos qualificados está crescendo,
contribuindo para uma maior polarização no mercado de trabalho.
A demanda por jovens altamente qualificados cresceu
fortemente em países de renda alta, enquanto nos países em desenvolvimento e
emergentes houve um aumento no trabalho de baixa habilidade.
Por: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário