Em tese, não deve ser determinada a execução da pena de prisão do deputado cassado porque ele ainda teria direito a embargos infringentes
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O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) irá julgar
os recursos do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) no mesmo dia dos
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Às 17h44, horas depois de ter
incluído em mesa o julgamento dos embargos declaratórios de Lula, o tribunal
fez o mesmo em relação aos do ex-deputado federal. Os julgamentos acontecerão
na mesma sessão, na segunda-feira (26), em Porto Alegre.
Preso desde outubro de 2016, Cunha foi condenado pelo juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal do Paraná, em 30 de março
de 2017, a 15 anos e 4 meses de prisão, pelos crimes de corrupção, de lavagem e
de evasão fraudulenta de divisas, na Operação Lava Jato. A condenação foi
confirmada pelo TRF-4 em 21 de novembro e reduziu a pena em dez meses.
A sentença o apontou como destinatário de propina
relacionada à compra de um campo petrolífero em Benin, na África, pela
Petrobras, em 2011 - transação que teria garantido propina de US$ 1,5 milhão
para Cunha.
A defesa ficou surpreendida com a marcação do julgamento,
alegando que não havia previsão de ser pautado. "A forma açodada como o
TRF-4 está marcando o julgamento dos embargos do Eduardo Cunha apenas demonstra
que o objetivo é corrigir uma questão cronológica em relação aos embargos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse Ticiano Figueiredo,
advogado de Cunha.
Em tese, não deve ser determinada a execução da pena de
prisão de Eduardo Cunha porque ele ainda teria direito a embargos infringentes,
como houve divergência na votação de novembro, em que o relator pediu aumento
da pena, mas outros dois ministros votaram pela diminuição.
No TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da
Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), chegou a
pedir o aumento da pena de Cunha para 18 anos de prisão.
O desembargador Leandro Paulsen, que é revisor do processo,
manteve a sentença do juiz Sérgio Moro, apenas excluindo um dos crimes de
lavagem de dinheiro imputados a Cunha, e propôs a diminuição para 14 anos e 6
meses, no que foi acompanhado pelo desembargador federal Victor Luiz dos Santos
Laus.
Por: Notícias ao Minuto.
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