Kim Jong-un e Moon Jae-in concluíram encontro com acordo de paz
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© Korea Summit Press Pool/Pool via Reuters
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O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o ditador da
Coreia do Norte, Kim Jong-un, anunciaram nesta sexta-feira (27) que concordaram
em retirar todas as armas nucleares da península coreana. Eles também pretendem
assinar um acordo de paz até o fim deste ano.
Os países afirmaram que pretendem envolver os Estados Unidos
e a China para converter o atual armistício em um acordo de paz. Por terem
participado da guerra, os EUA precisam participar e concordar com os termos do
novo tratado.
A declaração não especifica como funcionará o processo de
desnuclearização da península Coreana. No passado, os norte-coreanos já
disseram que só poderiam abrir mão de suas armas nucleares quando os EUA
tirassem seus 28 mil soldados da Coreia do Sul.
Os países também anunciaram que em agosto irão organizar uma
nova reunião entre famílias separadas desde a guerra.
ENCONTRO HISTÓRICO
De mãos dadas, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e
o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, cruzaram nesta sexta-feira (27,
noite de quinta no Brasil) a linha demarcatória na zona desmilitarizada na
península Coreana para a primeira cúpula entre os países em 11 anos.
Em encontro cheio de símbolos em Panmunjom, a vila de casas
azuis na zona desmilitarizada que serve de sede às negociações intercoreanas,
os dois se cumprimentaram às 9h20 (21h20 de quinta em Brasília), até que Kim
puxou Moon de improviso para o lado norte-coreano para cruzar a linha de volta
com ele.
Foi a primeira vez em que um líder norte-coreano atravessou
a divisa desde a Guerra da Coreia, iniciada em 1950 e nunca oficialmente
encerrada (em 1953, os dois países assinaram um armistício).
"Fico feliz em conhecê-lo", disse o presidente
sul-coreano ao ditador. Ambos sorriram.
Os líderes foram acompanhados por uma banda militar até a
Casa de Paz, onde foi assinado o armistício de 1953. No livro de visitas, Kim
escreveu: "Uma nova história começa agora, o ponto de partida de uma era
de paz."
Posaram para fotografias e entraram em uma sala, onde
fizeram declarações rápidas à imprensa antes de iniciarem a etapa das
negociações de portas fechadas, que não havia terminado até a conclusão desta
edição.
"Estamos na linha de largada, onde uma nova história de
paz, prosperidade e relações intercoreanas é escrita", disse Kim, pedindo
a Moon que não se repitam os erros de negociações passadas: "Em vez de
criar resultados que não seremos capazes de manter, devemos ter resultados
vindos de uma conversa franca sobre diferentes temas de interesse".
"Espero que sejamos capazes de falar francamente e
chegar a um acordo que dê um grande presente aos coreanos e às pessoas em todo
o mundo que desejam a paz", respondeu Moon.
O encontro deste 27 de abril é o ápice da distensão iniciada
com um discurso de 1º de janeiro por Kim e continuada com a participação de
atletas do Norte e de uma equipe mista na Olimpíada de Inverno no Sul, na qual
Kim Yo-yong, irmã do ditador, assistiu à cerimônia de abertura.
O movimento segue-se a um 2017 em que o regime fez o mais
potente de seus testes nucleares e lançou um míssil de alcance
intercontinental, causando temor em Seul e levando os EUA a reforçarem suas
tropas na região. Com informações da Folhapress.
Por: Notícias ao Minuto.
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