Ex-presidente participou de reunião em seu instituto, nesta manhã (5), com a presença de Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, José Jenoino, Wellington Dias, Lindbergh Farias e Luiz Marinho, além de sindicalistas
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© Ricardo Stuckert / Divulgação
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os
principais dirigentes do PT nesta quinta-feira (5) para definir quais
estratégias serão adotadas após a derrota no julgamento do habeas corpus
preventivo impetrado pela defesa de Lula no Supremo Tribunal Federal.
Na reunião de emergência, foram decididas três frentes de
atuação. A primeira é montar um acampamento permanente diante do prédio onde
Lula vive, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A segunda, pressionar o
STF para julgar as ADCs [Ações Declaratórios de Constitucionalidades] sobre
prisão em segunda instância e, por fim, contar com a mobilização nacional.
O ex-presidente Lula chegou ao Instituto Lula por volta das
10h, onde estavam presentes Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann,
José Jenoino, Wellington Dias, Lindbergh Farias e Luiz Marinho, além dos
sindicalistas Wagner Freitas, Rafael Marques e Roberto Ferreira.
Lindbergh já havia postado mensagens em suas redes sociais
convocando caravanas de militantes de todo o país para se dirigirem a São
Bernardo, para uma concentração em solidariedade a ele.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que não foi
feita uma avaliação sobre o julgamento na reunião. Segundo ela, uma parcela dos
ministros pediu que o Supremo cumprisse o papel de guardião da Constituição,
contrariando o princípio da presunção de inocência.
"Consideramos uma injustiça muito grande, até porque logo
esse princípio da presunção da inocência vai ser restabelecido, mas ontem foi
retirado de um homem inocente. Nós lamentamos muito isso", disse ela.
Sobre a possibilidade de Lula ser preso, Gleise declarou que
seria uma injustiça e que o partido não aceita a prisão do ex-presidente.
"Se houver qualquer violência ao ex-presidente, nós consideramos uma
prisão política e que vai expor o Brasil ao mundo. Viraremos uma republiqueta
de banana."
Ela afirmou ainda que a prisão de Lula é um ato de violência
que tem sido condenado fora do Brasil. "Condenar o maior líder político da
nossa história, o presidente mais popular que já tivemos e o único líder a
frente das pesquisas com condições de recompor a harmonia no país, prendê-lo.
Aos olhos do mundo, isso será uma violência."
Ela disse que o partido tem recebido solidariedade
internacional e convites para falar sobre o que tem acontecido com Lula.
"A prisão é uma violência completa. A prisão de um homem do qual foi
tirado o direito que está previsto na Constituição, que é a presunção de
inocência, de aguardar em liberdade, fazendo sua defesa em liberdade. Não tenho
dúvida nenhuma que marcará negativamente a imagem do Brasil no exterior."
O diretor estadual do PT de São Paulo, Luiz Marinho, disse
que o partido não trabalha com a hipótese de prisão de Lula. Ao ser questionado
por jornalistas sobre a possibilidade, respondeu: "calma, tem tempo. Claro
que não [falaram sobre prisão]".
DEFESA FALA EM VIOLAÇÃO DA DIGNIDADE
A defesa de Lula divulgou nota na manhã desta quinta (5) na
qual também diz que "tomará todas as medidas legalmente previstas"
para evitar a prisão.
Para os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira
Martins, a decisão da corte de negar o habeas corpus ao ex-presidente
"viola a dignidade da pessoa humana e outras garantias
fundamentais".Segundo eles, a decisão final é incompatível com a fala da
maioria dos ministros, que manifestou entendimento favorável à garantia da
presunção de inocência, conforme o artigo 5º da Constituição.
"É incompatível com a Constituição Federal e com o
caráter ilegal da decisão que condenou Lula por crime de corrupção baseado em
'atos indeterminados' e sem a comprovação de qualquer solicitação ou
recebimento de vantagem indevida", afirma a nota.
De acordo com a defesa, a condenação imposta a Lula pelas
duas instâncias judiciais foi baseada na palavra de um corréu e teve um
processo marcado por "grosseiras nulidades" e "incompatível com
a descrição legal dos crimes atribuídos ao ex-presidente pela acusação".
O casal de defesa diz ter "firme expectativa" de
que a condenação seja revertida "por um órgão justo, imparcial e
independente". Com informações da Folhapress.
Por: Notícias ao Minuto.
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