Anvisa deve apresentar relatório propondo que alimentos industrializados tenham na embalagem sinal de alerta sobre sódio e açúcar
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Sal
Foto: Pixabay
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Na hora de fazer compras no supermercado e escolher qual
alimento levar, poderá fazer diferença a presença um símbolo que indica a
presença de alto teor de açúcares adicionados, gordura saturada e sódio. A
inclusão desse sinal é uma das recomendações de um relatório preliminar
elaborado pela equipe técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), que avalia mudanças nas regras de rotulagem dos alimentos.
O documento, ao qual a reportagem teve acesso, deve ser apresentado
e discutido em reunião da diretoria nesta segunda-feira (21). Em seguida, segue
para consulta pública.
Elaborado após revisão de estudos nacionais e internacionais
e da análise de modelos sugeridos à agência e adotados em outros países, o
texto dá força a propostas que incluem símbolos e mensagens de alerta para a
alta quantidade de substâncias críticas se consumidas em excesso.
Segundo o relatório, a melhor opção é adotar, na frente da
embalagem, o chamado semi-interpretativo, em que o consumidor pode ser
informado sobre a composição do alimento, mas ao mesmo tempo pode manter a
autonomia de decidir se quer comprá-lo ou não. Esse tipo de rotulagem, segundo
a agência, tem tido melhor avaliação de custo-benefício em outros países.
Hoje esse tipo de alerta no rótulo de alimentos
industrializados já é adotado ou é alvo de análise em alguns países, como
Canadá e Israel. No Brasil, propostas similares também foram sugeridas à Anvisa
por algumas entidades, caso do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor), Opas (Organização Panamericana de Saúde) e Caisan (Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional), entre outros.
O objetivo é ajudar o consumidor a ter informações mais
claras sobre o que está presente em cada alimento e, assim, escolher produtos
mais saudáveis. Apesar de recomendar a adoção de modelo de alertas para o 'alto
teor' de gordura, açúcar e sódio, o documento frisa, porém, que as evidências
disponíveis ainda "não permitem concluir sobre o formato mais apropriado
para facilitar o uso da informação pelo consumidor brasileiro".
Alguns modelos de design do alerta, no entanto, são
apresentados no documento como opções a serem analisadas. Entre elas, estão
octógonos, triângulos, círculos e retângulos com lupa – todos com avisos da
alta quantidade das substâncias. O relatório, porém, não descarta novas
análises sobre outros modelos sugeridos à Anvisa, caso do "semáforo
nutricional", modelo sugerido pela indústria e que usa as cores verde,
amarela e vermelha junto com dados sobre a quantidade de açúcares, gordura e
sódio.
O texto ressalta que, em revisão de estudos, modelos de
alerta levaram a melhor. É a estratégia adotada pelo Chile, onde produtos como
salgadinhos têm um triângulo preto para indicar que é uma opção pouco saudável.
No país, mascotes e brindes em doces foram proibidos.
Por: Folha PE.
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