Três pacientes com lesões importantes na face são operados, neste sábado (5), no Real Hospital Português, no Recife, por meio de técnica mais nova e eficiente
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A dermatologista Virgínia Batista
Foto: Paullo Allmeida
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Pernambuco dá, neste sábado (5), um passo importante para a
atualização das terapias de combate aos cânceres de pele mais agressivos com a
realização das primeiras cirurgias micrográficas de Mohs. A técnica é
considerada a mais refinada, segura e eficiente para o tratamento operatório
dos tumores.
Apesar de já bem aplicada nos centros médicos em outras
partes do mundo, apenas agora começa no Estado. Nos Estados Unidos a técnica já
é realizada em mais da metade dos tratamentos de câncer de pele.
Para a primeira experiência pernambucana foram escolhidos
três pacientes com lesões importantes na face. Todos serão operados no Real
Hospital Português (RHP), no bairro da Ilha do Leite, na área central do
Recife, pela dermatologista Virgínia Batista, preceptora da residência médica
em cirurgia dermatológica da Universidade de Pernambuco (UPE) e que está se
especializando na intervenção micrográfica de Mohse. Compõem a equipe ainda as
médicas Vanessa Mussupapo e Daniela Takano.
Indicação
“Esta cirurgia segue os protocolos mundiais mais importantes
de câncer de pele. Mohs é indicado para todos os tumores de alto risco, que são
os carcinomas basocelular e espinocelular. Ambos são os mais prevalentes no
Brasil. O risco aumentado está também em lesão na face com mais de meio
centímetro ou lesão em áreas de borda livre, ou seja, área em que a pele
termina, como por exemplo pálpebra, nariz, orelha e lábio. Nesses locais há
indicação de Mohs, independente do tamanho da lesão, porque são áreas de
tecidos nobres”, explicou Virgínia Batista.
Os três pacientes triados estão dentro dessas indicações. Um
deles tem duas lesões no nariz; outra paciente já tirou o tumor quatro vezes na
área da pálpebra, por meio de cirurgias tradicionais, no entanto, houve retorno
do tumor; e o terceiro paciente também tem câncer de pele no nariz.
Assertividade
Além de uma precisão maior sobre a área a ser removida,
preservando assim tecidos sadios e evitando sequelas, a técnica traz uma
assertividade imediata sobre o tipo de célula tumoral envolvida naquele
paciente. Em uma cirurgia convencional, a lesão é retirada e encaminhada para
um laboratório que somente dias depois dará o resultado histopatológico
(biopsia).
Em geral a investigação ocorre em menos de 5% da amostra. Na
micrográfica o processo é diferente. “A avaliação histológica no Mohs é feita
no mesmo momento da cirurgia e se avalia 100% das margens cirúrgicas, ou seja,
de todo o tecido retirado”, contou Virgínia Batista.
Para esse resultado em tempo real, essa operação necessita
no bloco cirúrgico de um equipamento chamando criostato que congela e segmenta
a lesão. Após esse processo, o material é verificado no microscópio e tem-se a
verificação do tipo e da extensão do tumor, orientando assim a equipe na
retirada do carcinoma.
Por: Folha PE.
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