FONOAUDIÓLOGA DERRUBA MITOS POPULARES

Fonoaudióloga Ariana Marques.

São muitos os mitos criados em relação à voz. Quem nunca foi aconselhado por um parente ou amigo a chupar uma pastilha, tomar um chá, utilizar spray ou bala de gengibre para aliviar a dor na garganta ou corrigir a voz rouca? Ao utilizar supostos remédios, a pessoa ao invés de contribuir para melhorar a voz, termina prejudicando as pregas vocais, agredindo seus delicados tecidos.

De acordo com a Fonoaudióloga Ariana Marques de Barros, “é importante saber quais são os inimigos da boa voz, os hábitos nocivos”. Na avaliação da especialista, “a saúde vocal é praticamente desconhecida pela população e está relacionada à procedimentos de conservação e longevidade da voz”.

Ariana Marques faz questão de acabar com certos mitos. Como aquele que tem levado muita gente a pensar que o uso de pastilhas, sprays, balas de hortelã ou gengibre é bom para a voz; “Ao contrário do que muitos pensam, esses recursos possuem efeito anestésico que mascara a dor na garganta, provocando sensação de falsa melhora. Na verdade, elas podem irritar ainda mais a mucosa, alterando a viscosidade e quantidade de saliva”.

O gargarejo de limão com vinagre não mantem a voz saudável, como prega o mito. “Associados e usados a longo prazo, o limão com vinagre acaba destruindo a mucosa do caminho percorrido pela voz e resseca as mucosas”, diz a Fonoaudióloga. Ela também explica que o consumo de bebida alcoólica deixa a laringe anestesiada, com uma sensação de alívio. Mas, depois que o efeito do álcool passa, vem ardor, queimor, sensação de bolo na garganta e voz rouca, além de ressecamento da mucosa. “O pior é que o consumo frequente de álcool provoca edema nas pregas vocais”, adverte.

O fumo também é outro vilão da voz. Além de ressecar e irritar a mucosa das pregas vocais é o principal causador do câncer de laringe. A ingestão de alimentos e bebidas geladas, por sua vez, provocam choque térmico imediato na mucosa, podendo ocorrer edema das pregas vocais. “Por isso, antes de se deliciar com sorvetes ou líquidos gelados, é conveniente mantê-los na boca por alguns segundos”, recomenda.

Fazer gargarejo com água morna e sal parece um procedimento adequado. “O sal em si tem efeito anti-séptico e a água morna dilata os vasos. Essa combinação é a única que não destrói a mucosa do trato vocal (caminho por onde passa a voz)”, observa Ariana Marques.

Já a mania que as pessoas têm de pigarrear para “limpar” a voz, a especialista diz que essa prática “agride uma prega vocal contra outra, provocando irritação na mucosa e descamação do tecido. O indicado é a hidratação (ingestão de 8 a 10 copos de água por dia), consequentemente a secreção se tornará menos viscosa, diminuindo a vontade de pigarrear. Sem contar que a hidratação melhora a vibração das pregas vocais”.

No dia 16 de abril foi comemorado o “Dia da Voz” e Ariana não deixou de dar seu recado em bom tom: “Amo a minha profissão e tenho orgulho em dizer que sou uma Fonoaudióloga”.

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Antendimento à domicílio.