Os paulistanos chegaram a pagar pela batata na segunda-feira (28) em média, 150,13% mais do que na segunda-feira anterior, dia 21, primeiro dia da greve
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A greve dos caminhoneiros restringiu a oferta de muitos
alimentos in natura nos estabelecimentos e, por isso, provocou forte aumento de
preços, como mostra a apuração diária realizada pelo economista André Braz, do
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com
base na coleta da instituição. Os paulistanos chegaram a pagar pela batata na
segunda-feira (28) em média, 150,13% mais do que na segunda-feira anterior, dia
21, primeiro dia da greve.
Para captar a escalada do custo dos alimentos para as
famílias, Braz comparou a variação de preços de cada dia de greve (de 21/5 a
28/5) no Rio de Janeiro e em São Paulo com o mesmo dia da semana anterior.
"Assim, podemos ver o 'andamento' desse encarecimento." Para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, a estimativa preliminar
do Ibre/FGV é próxima de 0,27%, como indicava o monitor de inflação até
segunda-feira. Segundo Braz, a coleta para o indicador termina nesta
terça-feira (29). Em abril, o IPCA subiu 0,22%.
No caso da batata, nessa metodologia, na capital paulista o
aumento era de 11,64% no dia 21 e chegou a 150,13% na segunda. No Rio, no
primeiro dia da greve, o tubérculo subia 16,48% e, na última sexta-feira,
alcançou 98,55%, mas segunda desacelerou para 43,65%. Porém, Braz explica que
não houve redução do ritmo de alta. O problema é que muitos estabelecimentos
cariocas já não tinham o produto, segundo ele, impossibilitando a coleta dos
preços.
Para efeito de comparação, a gasolina, que virou artigo raro
nos últimos dias com a greve, subia 0,17% na segunda-feira (21) na comparação
com o mesmo dia da semana anterior nos postos cariocas. Já na sexta-feira (25),
o aumento nessa métrica era de 5,73%. "Esperávamos impacto maior quando
começou a greve. Boa parte dessa taxa segue o encarecimento do combustível na
refinaria."
Os aumentos do tomate e da cebola também foram maiores que o
da gasolina. Em São Paulo, a cebola subia 35,11% na segunda e tinham alta de
0,72% no dia 21. No Rio, passou de 3,96% para 10,11%. Já o tomate alcançou
40,20% no dia 28 contra 16,70% no dia 21 nos mercados paulistanos.
O monitor de inflação da FGV sinaliza alta forte da batata
na inflação de junho, com avanço de 61,19%. Braz destaca, contudo, que a
estimativa é preliminar, pois a normalização da oferta pode abrandar os preços.
Para a cebola, a indicação é de alta de 26,37%, já, para a gasolina, o monitor
aponta aumento de 5,75%. Segundo ele, a inflação de maio e até a primeira
quinzena de junho deve sentir o choque dos in natura por causa da greve, mas o
efeito tende a ser passageiro, com a retomada do abastecimento normalizando os
preços." Com informações do Estadão Conteúdo.
Por:Notícias ao Minuto.
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