Resultado de mapeamento propõe estratégias de reflorestamento nas áreas vulneráveis de Pernambuco
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Bacia do rio Capibaribe está entre as áreas consideradas
prioritárias de restauração florestal
Foto: Arthur de Souza
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Em Pernambuco, 66,5% das Áreas de Preservação Permanente
(APPs) dos municípios cortados por rios não possuem cobertura florestal nativa.
Um dado alarmante, uma vez que essa expressiva redução da mata ciliar revela o
quão vulneráveis estão os leitos e nascentes do Estado. Na natureza, a floresta
ciliar serve de barreira natural contra as enchentes por estabilizar as margens
dos rios, ajudando a conter um dos problemas ambientais mais recorrentes em
relação aos rios, o processo de assoreamento.
Os resultados desse mapeamento, realizado pelo Centro de
Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), serão apresentados no próximo dia 8
de junho, em alusão à lei nº 12.651 (Lei do Código Florestal) que completa seis
anos este ano. O evento é gratuito e será realizado na sede da Associação
Municipalista de Pernambuco (Amupe).
A pesquisa técnica é fruto da aplicação da Metodologia de
Avaliação de Oportunidades de Restauração (Restoration Opportunities Assessment
Methodology - ROAM) que, por meio de análises espaciais, apontou as áreas
prioritárias para ações de restauração florestal a partir das suas
características atuais. No documento também foram propostas estratégias de
reflorestamento. Em Pernambuco, sugere levantamento, as bacias prioritárias
seriam as bacias do rio Pajeú, Capibaribe, Una e Ipanema. A procura por áreas
favoráveis à agricultura, pecuária, loteamentos e construções são alguns dos
fatores que contribuíram para o desmatamento da mata ciliar nas margens dos
cursos d'água.
Para o coordenador de projetos do Cepan, o geógrafo Joaquim
Freitas, os cálculos sobre os déficits de APPs também podem servir de
embasamento para a gestão estadual desenvolver o Programa de Regularização
Ambiental (PRA) em Pernambuco, um dos instrumentos do Código Floretsal e que já
é regularizado em outros estados, a exemplo do Mato Grosso.
"Só em Pernambuco, em relação às APPs, temos um passivo
ambiental de pouco mais de 271 mil hectares a serem restaurados",
salienta. Participar do PRA é vantajoso para donos de terra, mesmo nos casos em
que não há déficit de APP na propriedade. É esse sistema que ditará as regras
para donos de posses e imóveis rurais regularizem a situação de suas terras e
conseguir suspender as multas aplicadas por desmatamento ilegal de Áreas de
Preservação Permanentes (APPs) quando cumprir as obrigações impostas no
programa. E, estando regularizados, os proprietários garantem acesso ao crédito
rural e continuidade das atividades econômicas (a exemplo do ecoturismo) em
APPs.
É por isso que, reforça o secretário de Meio Ambiente e
Sustentabilidade, Carlos André Cavalcanti, é importante que os proprietários
estejam atentos ao prazo de inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma
vez que o cadastro é pré-requisito para aderir ao Programa de Regularização
Ambiental. "Estamos agora aguardando a regulamentação federal, por meio do
Ministério do Meio Ambiente, para regularizarmos o PRA em Pernambuco. Encerrado
o CAR, o segundo passo será a adesão ao programa", garante o gestor. De
acordo com dados do Sistema Florestal Brasileiro (SFB), em abril passado,
95,34% do território pernambucano foi cadastrado por proprietários rurais, o
que corresponde a 253.140 terras privadas. O prazo de adesão ao CAR vai até o
próximo dia 31 deste mês.
Por: Folha PE.
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