Além disso, a doença aumenta a dificuldade para engravidar
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Segundo pesquisa realizada pelo ginecologista Dr. Edvaldo
Cavalcante em parceria com o Gapendi (Grupo de Apoio às Portadoras de
Endometriose e Infertilidade), 55% das mulheres com endometriose também foram
diagnosticadas com infertilidade.
Mas, além da dificuldade para engravidar, a endometriose
pode também aumentar o risco de um parto prematuro, assim como de que o bebê
nasça pequeno para a idade gestacional (PIG), com peso igual ou menor que 2,5
kg.
Essas afirmações são fruto de uma meta-análise, publicada
Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica (1), que avaliou 21 estudos com
2.517.516 mulheres que preencheram os critérios de inclusão da pesquisa. Os
resultados mostraram que as mulheres com endometriose tinham uma probabilidade
de parto prematuro aumentada em 1,47 e de bebês pequenos de 1,26 quando
comparadas a mulheres sem o diagnóstico.
O estudo também avaliou as mulheres com adenomiose e para
esse público os números foram ainda maiores: 3,09 para o parto prematuro e 3,23
para bebês pequenos quando comparadas a mulheres saudáveis.
Portanto, a conclusão do estudo foi que mulheres com
endometriose ou adenomiose apresentam risco aumentado tanto para um parto
prematuro, quanto de ter um bebê pequeno para a idade gestacional (PIG). Assim,
a recomendação é que o acompanhamento pré-natal neste grupo seja ainda mais
rígido e feito com maior frequência do que em mulheres sem esses diagnósticos.
Endometriose x AdenomioseApesar do nome parecido e de
semelhanças nos sintomas e consequências das doenças, são patologias
diferentes. “A endometriose se caracteriza pelo crescimento de tecido
endometrial fora da cavidade uterina, ou seja, do lado de fora do útero. Pode
atingir ovários, trompas, bexiga, intestino, etc. Já a adenomiose se
caracteriza pela invasão de células endometriais no miométrio, a camada
muscular do útero’, explica Dr. Edvaldo.
Fatores de riscoSabe-se que grande parte das mulheres com
endometriose e adenomiose, que são diagnosticadas com infertilidade, recorrem à
reprodução assistida para engravidar, como a inseminação artificial e/ou a
fertilização in vitro (FIV). “E sabe-se que essas técnicas aumentam a
probabilidade de nascimentos múltiplos, com risco maior de parto prematuro e de
bebês menores”, comenta o médico.
Mas, no estudo, os pesquisadores fizeram uma subanálise para
avaliar o risco de parto prematuro em partos únicos. Os resultados mostraram
que mesmo em partos únicos, o risco do parto prematuro persistiu.
Outro estudo (2), também uma meta-análise, mostrou que a
endometriose aumenta o risco de parto prematuro, independente se a mulher
engravidou naturalmente ou por meio da reprodução assistida.
Para o médico, os estudos são importantes para reforçar a
necessidade de fazer um pré-natal ainda mais rigoroso nas mulheres com ambos os
diagnósticos.
“Entretanto, graças aos avanços na medicina fetal e
neonatal, os riscos da prematuridade e do bebê ser menor do que o esperado para
idade gestacional podem ser avaliados e tratados para prevenir ou minimizar as
condições que podem acontecer”, diz o médico. O segredo, portanto, é cuidar bem
da gravidez e seguir as recomendações médicas para ter uma gravidez e um parto
tranquilos.
Por: Notícias ao Minuto.
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