Para diminuir o preço da gasolina, seriam necessários outros R$ 13 bilhões
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Subsidiar o preço do diesel, da gasolina e do gás de cozinha
para evitar que os reajustes da Petrobrás sejam repassados totalmente à
população custaria R$ 30 bilhões ao Tesouro Nacional até o fim do ano, segundo
interlocutores do presidente Michel Temer. Esse é um desejo de parte do
governo, que teme que a insatisfação popular com a alta dos combustíveis não
acabe mesmo com o desconto no preço do diesel, que atendeu à reivindicação dos
caminhoneiros.
A ideia em estudo por uma ala do governo é criar um
"colchão tributário" para amortecer aumentos elevados no preço dos combustíveis
diante de altas expressivas do barril de petróleo e do dólar. Seria algo
semelhante ao que foi feito com o diesel: os reajustes passaram a ser mensais e
a Petrobrás deixou de repassar ao consumidor todo o aumento. A diferença - para
não prejudicar a estatal - é coberta pela União. Segundo fontes do Palácio do
Planalto, no entanto, não há espaço para cobrir essas despesas remanejando
recursos do Orçamento.
Do total de R$ 30 bilhões, R$ 13,5 bilhões devem cobrir os
subsídios do diesel. Para compensá-los, o governo aumentou o número de setores
que voltaram a pagar imposto sobre a folha de pagamento, quase extinguiu
incentivos a exportadores e reduziu benefícios tributários à indústria química
e de bebidas.
Para diminuir o preço da gasolina, seriam necessários outros
R$ 13 bilhões. O gás mais barato consumiria R$ 4 bilhões dos cofres públicos.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, defende
abertamente esse "seguro" e foi responsável por criar um grupo de
trabalho para a criação de uma "política de amortecimento dos preços dos
combustíveis ao consumidor". A primeira reunião do grupo foi feita
sexta-feira, 1, quando Pedro Parente pediu demissão do comando da estatal
depois de sofrer pressão para alterar a política de preços da companhia.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que
poderá haver mudanças na periodicidade de repasse para os usuários do preço dos
combustíveis. Reiterou, no entanto, que não haverá mudança na política de preços
da Petrobrás. "A política de preços da Petrobrás está preservada e não se
mexe."
Segundo Padilha, o grupo de trabalho tem de encontrar uma
solução sem que a política de preços dos combustíveis seja alterada,
respeitando os parâmetros do preço internacional e do dólar.
Na segunda-feira, 04, em reunião de avaliação no Planalto, o
governo reconheceu que a crise foi "muito grave" e, apesar de ela
estar equacionada, há uma tensão no ar. O governo teme novas pressões, agora
por parte da população em geral, contra os reajustes diários da gasolina. Há
uma insatisfação também com o preço do gás, que continua alto para os
consumidores, apesar de a estatal ter mudado a periodicidade dos reajustes.
De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP),
as distribuidoras são as principais responsáveis pela falta de repasses. Com
dois cortes promovidos pela Petrobrás neste ano, o preço do produto nas
refinarias acumula queda de 9,2% no ano. No período, porém, o preço médio do
botijão de 13 kg caiu apenas 0,3%. O preço médio do botijão é de R$ 66,87. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por: Notícias ao Minuto.
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