De janeiro a 26 de maio deste ano, 89 casos de leptospirose foram confirmados em Pernambuco. No mesmo período de 2017, os registros apontavam 50 manifestações positivas
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Leptospirose
Foto: Arte/Folha de Pernambuco
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Os casos confirmados de leptospirose em Pernambuco
aumentaram 78% e os notificados cresceram 40% na comparação entre 2018 e 2017.
O período avaliado é de janeiro até o dia 26 de maio. Se no ano passado foram
251 notificações da doença, com 50 confirmações, hoje o volume é de 352
suspeitas e 89 resultados positivos.
O cenário demonstra uma persistência da leptospirose, que é
transmitida pela urina de ratos contaminados, e acende o alerta para a
população e médicos sobre sintomas como febre, fadiga e dor muscular posterior
em até 30 dias do contato com enchentes, lixo ou lama de locais de risco de
roedores. A demora no diagnóstico associada a comorbidades pré-existentes são
apontados por especialistas como fatores de risco de agravamento e óbito por
leptospirose. Até agora, foram atestadas quatro mortes em decorrência da
enfermidade e oito ainda estão em investigação.
As cidades com óbitos confirmados são Jaboatão dos
Guararapes, Moreno, Paulista e Recife, mas a densidade maior de casos se
concentra na Capital, em Jaboatão, Olinda, São Lourenço da Mata e Camaragibe.
No Recife, a gerente interina de Vigilância Epidemiológica, Denise Oliveira,
destacou que desde o início do ano foi reforçado nos serviços de saúde o
diagnóstico precoce e a diferenciação da leptospirose das arboviroses.
Em Jaboatão, a superintendente de Vigilância, Vânia Freitas,
destacou que enchentes, falta de saneamento e maus hábitos da população para
acondicionar o lixo confluem para o aumento dos casos de leptospirose. Sobre o
resíduo doméstico, ela chama atenção especial já que é nesse descarte
inadequado que os roedores acabam se proliferando. Por isso, o enfrentamento
passa pelo poder público, mas também pelo comportamento cidadão. “Somente em
2018 já foram mais de cinco mil imóveis desratizados. Desses, 709 foram imóveis
sofreram ação de bloqueio por que houve caso suspeito de leptospirose na área”,
comentou. A morte confirmada na cidade foi a de um adolescente de 13 anos, no
primeiro trimestre do ano.
A Prefeitura Camaragibe informou que, a partir da
notificação dos casos, a Vigilância Epidemiológica, em conjunto com a Vigilância
Ambiental, realiza a investigação e a coleta de sorologia para determinar onde
as pessoas contraíram a doença. Quando confirmado o caso, é feito bloqueio para
controle de roedores e iniciada orientação à população para prevenção da doença
e acondicionamento de lixo. A gestão enfatizou que não há registro de óbitos
por leptospirose na cidade até então. Em Olinda, o mesmo procedimento é
realizado de maneira integrada. A Prefeitura de São Lourenço da Mata não enviou
reposta sobre a situação da doença no município até o fechamento desta edição.
“Quando começaram as chuvas irregulares e se percebeu a
pluviosidade maior, a gente já instituiu o protocolo para que todas as unidades
intervissem o mais precocemente na questão de caso suspeito. Essa iniciativa vem
impactando nos pronto-atendimentos e temos observado que não estamos tendo o
número de óbitos de antes”, comentou.
De fato, na Capital pernambucana, nos primeiros cinco meses
do ano passado, foram duas mortes confirmadas por leptospirose, e desta vez há
apenas uma. Esse óbito de 2018 foi o de um homem de 48 anos e que tinha
dependência alcoólica. A gestora reforçou que o trabalho de combate aos
roedores e de prevenção à doença é amplo e realizado por distrito sanitário
seguindo programação que envolve não só a vigilância, mas a limpeza urbana.
Por: Folha PE.
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