Cemit estuda restringir trechos da orla em horários definidos
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Área de risco
Foto: Brenda Alcântara
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A partir do próximo fim de semana, os banhistas receberão
reforço na fiscalização e na orientação quanto aos riscos de ataque de tubarão
na orla de Pernambuco, que terá também presença maior de salva-vidas em quatro
pontos do litoral do Grande Recife. As decisões foram tomadas em reunião do Comitê
Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit), realizada nesta
terça-feira (5), no Recife, dois depois de mais um ataque de tubarão com vítima
fatal em Pernambuco. Na reunião, o Cemit também decidiu estudar a possibilidade
de controle maior ou restrição parcial de trechos da orla em horários
definidos. O Comitê é formado por integrantes do Corpo de Bombeiros, Polícia
Militar, CPRH, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e Instituto de
Medicina Legal.
O reforço na fiscalização acontecerá nos pontos em que houve
maior número de ataques: diante da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos
Guararapes, local do último ataque-; e em três trechos da Praia de Boa Viagem,
no Recife - em frente ao Edifício Acaiaca, no 2º Jardim e perto do Castelinho.
Nesses locais, os salva-vidas ficarão até as 18h, uma hora a mais do que
atualmente. “Essas localidades concentram, estatisticamente, 27 (41,5%) dos 65
casos registrados desde 1992", afirmou o coronel Leodilson Bastos,
presidente do Cemit. Segundo ele, estudos do Comitê apontam que os ataques se
dão por uma conjunção de fatores "bastante conhecidos". "Local
de mar aberto, em água turva, ao amanhecer ou cair da tarde, no período de
abril a setembro e quando o banhista descumpre as recomendações dos guarda-vidas
e se coloca em situação de risco, a exemplo de entrar em águas profundas,
sozinho”, explicou ele, através de nota enviada à imprensa.
Foi decidido que, por meio de botes infláveis, os
salva-vidas irão recolher as pessoas "que se colocam em risco",
contou também através de nota, o tenente-coronel André Ferraz, comandante do
GBMar. De acordo com ele, serão substituídas as placas de alerta para o risco
de incidentes que se encontram pichadas ou danificadas. "Temos 110 placas
de alerta e postos de guarda-vidas distribuídos ao longo da orla, e os
incidentes ocorrem não por desconhecimento, mas por descumprimento das
orientações", observou Ferraz.
Outra decisão tomada nesta terça foi a realização, por parte
do Corpo de Bombeiros, exercícios simulados de atendimento a vítimas de
mordidas de tubarão junto aos aos órgãos
que prestam assistência pré-hospitalar e remoção de urgência,. “Já temos
bastante experiência nesse tipo de operação e, a exemplo dos casos recentes, os
bombeiros não apenas alertaram as vítimas, mas atuaram de imediato no salvamento
e resgate, colaborando para que elas chegassem com vida até uma unidade
hospitalar".
Segundo o presidente do Cemit, serão feitas também palestras
em escolas estaduais da Região Metropolitana do Recife sobre prevenção de
afogamentos, educação ambiental e conscientização sobre os fatores de risco.
Orla restrita?
A possibilidade de restringir o acesso a alguns trechos da
orla só poderá ser tomada, ainda segundo o Cemit, após estudo de viabilidade.
“Essa ideia divide os técnicos e, pelo seu impacto econômico e social, não pode
ser adotada sem maturidade, evidências científicas e um planejamento detalhado
de cada etapa desse processo. Nosso objetivo maior é proteger e salvar vidas,
mas com conscientização e colaboração da sociedade como um todo. Então, neste
momento, fazemos a opção de menor impacto, mantendo o lazer e as atividades na
faixa de areia e fortalecendo nosso trabalho de prevenção e fiscalização”,
afirma o presidente do Comitê.
Por: Folha PE.
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