Forte Orange, construído no século 17, recebeu investimentos de R$ 11,8 milhões para restauração. Reabertura contará com shows musicais.
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População terá a partir de agora visitação aberta ao Forte
Orange
Foto: Hans Von Manteuffel / Wikimedia Commons
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Após oito anos fechado para visitação, o Forte Orange,
símbolo da Ilha de Itamaracá, Litoral Norte de Pernambuco, será reaberto ao
público nesta sexta-feira (27), a partir das 9h. A programação especial contará
com a presença de artistas como Ed Carlos, Anginha do Coco, Lia de Itamaracá e
grupos de maracatu que farão performances no local. A fortificação do século 17
foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
em 1938 e estava fechada para reformas desde 2010.
Com um investimento de R$ 11,8 milhões - provenientes de
recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) -, a requalificação
do Forte Orange incluiu, entre outras ações, o revestimento das rampas, o piso
dos baluartes, o corredor de entrada e o terrapleno (área aterrada entre a
muralha e a contramuralha). As pedras usadas nas intervenções foram fabricadas
no canteiro de obra montado no próprio forte. Elas foram desenterradas do
entorno da edificação e cortadas manualmente.
Para as muralhas, foi adotada uma medida de contenção de
rip-rap (sacos de cimento de areia) no terrapleno, para evitar que a areia
deslize e a muralha fique vulnerável. Um dos moradores da Ilha que mais
pressionou os órgãos públicos para que a obra fosse concluída foi Sol Esoje de
Souza. Ele é filho de José Amaro de Souza Filho, conhecido popularmente como “o
guardião do forte”, cujas estátuas de madeira ornamentam a área interna do
Orange.
“Meu pai tinha uma relação de muito carinho e dedicação com
o lugar. Na década de 1980 fez uma mobilização para preservar o espaço, e
arcava tudo com o seu próprio dinheiro. Em vida, ele criou uma fundação e
contava com o apoio da embaixada holandesa para o projeto de escavação”, disse.
Ex-presidiário, José Amaro dedicou mais de 30 anos de sua vida ao forte. Ele
ficou conhecido por sua história de luta em defesa desse patrimônio turístico.
Fruto de uma promessa, Amaro conseguiu autorização do Exército para cuidar da
fortificação. Por isso, passou um ano acorrentado a uma bala de canhão de 12
quilos. O guardião morreu assassinado em 2010.
A ideia de Sol, juntamente com a diretoria do Iphan, é que
seja criado um conselho, junto com a gestão municipal, para gerenciar as
atividades do espaço. “Temos muitos projetos para valorizar a história do Forte
Orange”, destaca. Inicialmente a fortificação ficará aberta das 9h às 17h,
todos os dias da semana, e a visitação será gratuita.
O governador Paulo Câmara esteve no município de Itamaracá,
na última quarta-feira, para vistoriar as obras de restauração e requalificação
do Forte Orange, “Ele está totalmente restaurado, de acordo com as normas
técnicas, e preparado para receber os turistas. É um grande patrimônio
turístico da Ilha, que precisa do olhar atento de todos nós”, disse. O Forte
Orange foi construído pelos holandeses em 1631, mas precisou ser reconstruído
pelos portugueses em 1696.
Por: Folha PE.
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