A terapia antirretroviral diminui significativamente a quantidade de HIV no sangue, suprimindo a carga viral
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© Reuters
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De acordo com o Ministério da Saúde, foram coletados dados
de 103.240 pacientes com 15 anos ou mais que iniciaram o tratamento
antirretroviral entre janeiro de 2014 e junho de 2017. Os dados foram
fornecidos por dois sistemas de informação em saúde do SUS que controlam a
dispensação dos medicamentos para HIV e os exames utilizados para monitorar a
infecção (CD4 e carga viral).
“Estudos desse tipo têm sido muito utilizados na tomada de
decisão sobre novos medicamentos, pois são conduzidos em ambiente do mundo
real, cujas populações participantes são muito mais representativas da
realidade do que aquelas selecionadas para ensaios clínicos, sendo estes
realizados em ambientes controlados e com critérios mais rigorosos de inclusão
de pacientes”, informou a pasta.
Os resultados do estudo demonstram que o esquema de
tratamento com o dolutegravir, associado ao tenofovir e à lamivudina, foi 42%
mais eficaz na supressão da carga viral do HIV, em um período de seis meses,
quando comparado à combinação dos antirretrovirais efavirenz, tenofovir e
lamivudina, esquema de primeira linha recomendado anteriormente ao
dolutegravir. Na comparação com outros esquemas, o dolutegravir, associado ao
tenofovir e à lamivudina, mostrou-se de 51% a 162% mais efetivo.
Terapia antirretroviral
A terapia antirretroviral diminui significativamente a
quantidade de HIV no sangue, suprimindo a carga viral. Segundo o ministério,
atingir e manter a carga viral indetectável, além de trazer benefícios para a
saúde da pessoa que vive com HIV, reduz a quase zero o risco de transmissão do
vírus por via sexual. “Por isso, os resultados do estudo são ainda mais
animadores para a resposta brasileira ao HIV”, destacou a pasta.
Dolutegravir
Os antirretrovirais são medicamentos usados no tratamento do
HIV que atuam no sistema imunológico, bloqueando as diferentes fases do ciclo
de multiplicação do vírus no corpo. O dolutegravir faz parte de uma nova classe
de antirretrovirais do tipo dos inibidores de integrase, que atuam impedindo
que o código genético do HIV se integre à célula humana, impossibilitando,
assim, sua multiplicação.
Desde janeiro de 2017, o dolutegravir é usado no Brasil para
pacientes iniciantes no tratamento do HIV. Mais recentemente, foi incluída, nos
protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do HIV, a recomendação de mudança
para o dolutegravir nos esquemas de tratamento de terceira linha com
raltegravir e naqueles em que o paciente apresente eventos adversos e
toxicidades indesejáveis.
Pessoas coinfectadas com tuberculose e mulheres grávidas ou
que pretendam engravidar, de acordo com o ministério, não devem utilizar o
dolutegravir.
Atualmente, mais de 122 mil brasileiros que vivem com HIV
usam o dolutegravir. O número representa 19% do total de 572 mil brasileiros
que recebem o tratamento antirretroviral por meio do Sistema Único de Saúde
(SUS). Ainda de acordo com o ministério, 87% das pessoas que iniciaram
tratamento antirretroviral no país em 2018 começaram com o dolutegravir. Com
informações da Agência Brasil.
Por: Notícias ao Minuto.
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