Embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini esteve na manhã desta segunda (5) em visita à ao presidente eleito
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O desejo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de
extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti vai na mesma direção do que
quer o governo daquele país, segundo afirmou na manhã desta segunda-feira (5) o
embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini.
Bernardini esteve na manhã desta segunda (5) em visita na
residência de Bolsonaro, num condomínio de casas na orla da praia da Barra da
Tijuca, zona oeste do Rio. Permaneceu no local por cerca de uma hora, após
reunião do presidente eleito com o embaixador chinês, Li Jinzhang.
Ainda candidato, Bolsonaro havia declarado que se eleito
extraditaria Battisti, que vive no Brasil desde 2004. Battisti foi condenado à
prisão perpétua na Justiça italiana pela morte de quatro pessoas na década de
1970, quando integrava o partido Proletários Armados para o Comunismo, grupo de
extrema esquerda.
Em 2009, após pedido de extradição feito pelo governo
italiano, o STF autorizou seu envio ao país de origem, mas em 2010, o então
presidente Lula, no último dia de seu governo, negou a medida.
Em outubro do ano passado, o governo italiano refez o
pedido. Uma semana antes, a defesa do italiano entrou com pedido de habeas
corpus no STF para impedir sua eventual extradição, deportação ou expulsão do
país. O processo está sob a relatoria do ministro Luiz Fux e ainda não há
previsão de decisões.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou ao
STF em maio passado que o governo brasileiro teria poder para rever a decisão
sobre extradição do italiano.
O embaixador italiano reforçou nesta segunda que o governo
da Itália deseja a extradição do político, que em 2015 casou com uma
brasileira, com quem teve um filho. De acordo com o embaixador, a visão de
Bolsonaro e do governo italiano sobre o caso é parecida.
"O caso Battisti é muito claro. A Itália está pedindo
extradição. O caso está sendo decidido no STF e esperamos que ele tomará a
decisão no tempo mais breve possível. Eu acho que o Bolsonaro tem a mesma ideia
que temos do Battisti", disse o embaixador, que participou de reunião
mediada pelo economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda.
Eleito em março deste ano, o vice-primeiro ministro da
Itália, Matteo Salvini, celebrou a vitória de Bolsonaro nas redes sociais.
Salvini é lider do partido de extrema direita Liga, eleito em coalizão de
governo com o partido Movimento Cinco Estrelas. Os grupos se notabilizaram pela
retórica nacionalista durante as eleições, com diversos ataques, por exemplo, a
imigrantes.
Durante a campanha, Bolsonaro, que é de família de
descendentes italianos, ameaçou o ativista de extradição em postagem publicada
em português e italiano nas redes sociais.
"Como já foi falado reafirmo aqui meu compromisso de
extraditar o terrorista Cesare Battisti, amado pela esquerda brasileira,
imediatamente em caso de vitória nas eleições. Mostraremos ao mundo nosso total
repúdio e empenho no combate ao terrorismo. O Brasil merece respeito!",
afirmou o candidato.
Por: Notícia ao Minuto.
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