Ele associou o programa a um improviso: "As improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das outras"
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© Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
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Anunciado nesta terça-feira (20) como ministro da Saúde do
governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Luiz
Henrique Mandetta (DEM-RS) afirmou que não é possível relativizar prioridades
no setor e que ainda se reunirá com a equipe do atual governo para tratar de
questões mais imediatas, como a saída de médicos cubanos do programa Mais
Médicos.
Em seu primeiro pronunciamento após ser indicado
oficialmente ao cargo, o futuro ministro criticou o Mais Médicos, criado em
2013 pelo governo de Dilma Rousseff (PT).
Ele associou o programa a um improviso: "As
improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das
outras".
Acompanhado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM), eleito
governador de Goiás, no gabinete de transição no CCBB (Centro Cultural Banco do
Brasil), Mandetta também afirmou que o programa não era um acordo entre
governos de dois países, mas entre Cuba e o PT.
Na última quarta-feira (14), o governo cubano afirmou que
seus médicos deixariam o país após questionamentos feitos por Bolsonaro à
qualificação dos médicos cubanos e ao seu projeto de modificar o acordo,
exigindo revalidação de diplomas no Brasil e contratação individual. O Mais Médicos
soma 18.240 vagas, sendo que cerca de 2.000 estão abertas, sem médicos. Do
total de vagas preenchidas, 8.332 são ocupadas por médicos cubanos, que vêm ao
Brasil por meio de uma cooperação com a Opas (Organização Panamericana de
Saúde).
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1.600 municípios só
têm cubanos nas vagas do programa. "Esse [a saída dos médicos] era um dos
riscos de se fazer um convênio, terceirizando uma mão de obra tão essencial. Os
critérios à época me parecem que eram muito mais um convênio entre Cuba e o PT,
e não entre Cuba e o Brasil. Porque não houve uma tratativa basicamente
bilateral, mas sim ruptura unilateral", afirmou Mandetta.
O futuro ministro afirmou que irá se reunir com o atual
ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para tratar de medidas do governo Temer para
o Mais Médicos e de outros temas de transição. Questionado se, em sua gestão, o
governo exigirá que todos os profissionais se submetam ao Revalida -exame que
permite a médicos formados no exterior atuar no Brasil-, Mandetta afirmou que
"há possibilidade de se fazer avaliação em serviço", para resguardar
o atendimento à população e, ao mesmo tempo, "dar garantias da
qualidade".
Defendeu, contudo, que os profissionais estrangeiros passem
por uma avaliação."Não pode haver essa relativização. Não existe vida do
interior e vida da capital, existe vida. Enquanto vida, cada brasileiro precisa
saber que alguém checou informações e autorizou aquele profissional a tratar do
bem maior que uma nação pode ter, que é a vida de seus habitantes", disse.
Como revelou a Folha de S.Paulo, Mandetta é investigado por
suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na
implementação de um sistema de informatização da saúde em Campo Grande (MS),
onde foi secretário.
A suspeita é de que ele tenha influenciado na contratação de
empresas para o serviço, conhecido como Gisa (Gestão de Informação da Saúde),
em troca de favores em campanha eleitoral.
O futuro ministro da Saúde disse que não é réu e que tratou
dessa investigação com Bolsonaro antes mesmo do anúncio de seu nome ou de ser
ventilado para o cargo.
"Ele [Bolsonaro] entende que é mais importante contar
com essa unidade que a gente pode representar com o setor, com experiência
administrativa, com essa possibilidade de trânsito não só nacional", disse
Mandetta, que também é parlamentar no Mercosul. Com informações da Folhapress.
Por: Notícias ao Minuto.
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