Bolsonaro já havia sinalizado a intenção de convidar Moro para integrar seu governo
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© Reuters / Paulo Whitaker
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O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira (1º)
convite para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do governo
de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito no domingo (28).
Responsável pela Lava Jato em Curitiba, Moro foi sondado
para compor a pasta ainda durante a campanha eleitoral. O juiz conversou com
Bolsonaro na manhã desta quinta no Rio, na casa do capitão reformado, na Barra
da Tijuca.
Em nota, o futuro ministro disse que aceitou o convite da
gestão Bolsonaro após uma reunião para discutir políticas para a pasta.
"Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos
de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda
anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos
direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os
avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de
retrocessos por um bem maior", disse Moro.
Moro chegou ao Rio às 7h30 desta quinta e saiu do aeroporto
escoltado pela Polícia Federal. Antes de se reunir com Bolsonaro, tomou café em
uma sala reservada em hotel de luxo da Barra da Tijuca, a poucos metros da casa
do capitão reformado.
Ele chegou para o encontro por volta de 9h e conversou por
cerca de duas horas com o presidente eleito. O encontro foi acompanhado pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi o responsável por fazer a primeira
sondagem a Moro, ainda durante as eleições.
O magistrado tentou falar na saída, mas foi cercado pela
multidão de apoiadores e jornalistas que se formou na porta do condomínio.
Poucos minutos depois, ele distribuiu uma nota, assinada com a data desta
quinta, com localização de Curitiba, cidade onde mora.
A Operação Lava Jato seguirá com os juízes de Curitiba. Moro
afirmou que se afastará das novas audiências e que mais detalhes serão fornecidos
em coletiva de imprensa na próxima semana.
Ele já não participará de audiência com o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) no próximo dia 14, que deverá ficar a cargo da juíza
substituta Gabriela Hardt.O novo titular definitivo da Lava Jato ainda será
definido.
Em mensagem no Twitter, Bolsonaro disse que "a agenda
anticorrupção, anticrime organizado, bem como respeito à Constituição e às
leis, será o nosso norte!". (veja abaixo)
Leia na íntegra a nota enviada pelo novo ministro da
Justiça, Sergio Moro.
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser
nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Apos
reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o
honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de
magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda
anti-corrupção e anti-crime organizado, com respeito a Constituição, a lei e
aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar
os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de
retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os
valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias
desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima
semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes." Com
informações da Folhapress.
Por: Notícias ao Minuto.
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