Os inquéritos estão sob sigilo e tramitam no Supremo porque envolvem autoridades com foro privilegiado
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© Adriano Machado / Reuters
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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF),
atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu abrir 19
inquéritos a partir das informações coletadas na delação premiada de Daniel
Gonçalves Filho, primeiro delator da Operação Carne Fraca. Os inquéritos estão
sob sigilo e tramitam no Supremo porque envolvem autoridades com foro
privilegiado.
O acordo de delação premiada, que cita supostos pagamentos
em espécie de empresas do setor alimentício para o deputado federal Osmar
Serraglio (MDB-PR), foi homologado pelo ministro Dias Toffoli. O caso migrou
para Cármen Lúcia depois que Toffoli assumiu a presidência do STF, em setembro
do ano passado.
A operação cercou os maiores frigoríficos do País e um
esquema de corrupção e indicações políticas no Ministério da Agricultura, em
especial no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Além de gente da
JBS, estão na mira pessoas da gigante BRF.
Esquema
O direito a passar para o regime de prisão domiciliar era um
dos itens do acordo negociado com procuradores e delegados da Polícia Federal
da Carne Fraca, deflagrada em 17 de março de 2017, quando Gonçalves foi preso.
Ele é acusado de participar de esquema de corrupção na unidade do Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná.
Segundo Gonçalves Filho, Serraglio seria um de seus
"padrinhos" no cargo. Ao lado de Maria do Rocio Nascimento, ex-chefe
do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, eles controlavam
indicações de funcionários e facilitavam a atuação irregular de frigoríficos e
empresas do setor alimentício.
Procurado pela reportagem, Serraglio disse que a delação de
Daniel Gonçalves Filho é "leviana" e "criminosa". "Nunca
recebi nada nem dele nem de nenhuma empresa. Espero que eu não esteja nesta
lista (de inquéritos abertos), porque nunca fui ouvido", comentou o
parlamentar.
Por: Notícias ao Minuto.
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