"O presidente é a vítima, ele é interessado na investigação, então vai ser apresentado a ele o resultado da investigação até o momento", disse Moro
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© REUTERS /Amanda Perobelli (Foto de arquivo)
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça e da
Segurança Pública, Sergio Moro, vai apresentar ao presidente Jair Bolsonaro
(PSL), nesta segunda-feira (25), os resultados parciais da investigação da
Polícia Federal sobre a facada desferida em setembro passado contra o então
candidato durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
Moro e Bolsonaro reúnem-se no Planalto para tratar do
assunto. Segundo o ministro, o inquérito da PF continua em andamento.
"O presidente é a vítima, ele é interessado na
investigação, então vai ser apresentado a ele o resultado da investigação até o
momento", disse Moro a jornalistas após participar do seminário Políticas
Judiciárias e Segurança Pública, promovido pelo CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) em Brasília.
Responsável pela PF, o ministro da Justiça não revelou qual
rumo a investigação tomou. O inquérito foi aberto no ano passado para
investigar se houve participação de terceiros no crime cometido por Adélio
Bispo de Oliveira, que está preso.
No último dia 10, internado em São Paulo após passar por uma
cirurgia em decorrência da facada, Bolsonaro divulgou um vídeo em que pediu uma
solução para a investigação. "Espero [que] a nossa querida Polícia
Federal, a polícia que nos orgulha a todos, tenha uma solução para o nosso caso
nas próximas semanas", disse na ocasião. No vídeo, o presidente disse que
o caso "não pode ficar impune".
Um outro inquérito, concluído pela PF em Minas Gerais,
chegou à conclusão de que Adélio agiu sozinho no dia do crime. Pessoas que
estavam próximas fisicamente dele no momento da facada foram interrogadas e
tiveram celulares e computadores apreendidos e periciados.
Em conjunto com imagens do momento do atentado, a Polícia
Federal concluiu que essas pessoas não tinham relação com o atentado nem com
Adélio.
No evento do CNJ desta segunda, Moro anunciou que o
Ministério da Justiça planeja trazer para o Brasil um projeto, exitoso na
Europa, que visa estabelecer "contratos locais de gestão de segurança
pública" em municípios com altos índices de criminalidade.
Sem dar muitos detalhes, Moro afirmou que a ideia é firmar
uma espécie de contrato entre União, Estados e municípios para definir
responsabilidades e ações conjuntas para o combate à criminalidade nesses
locais.
O ministro também aproveitou o evento, repleto de juízes,
membros do Ministério Público e advogados, para defender seu pacote anticrime
enviado ao Congresso com o objetivo de alterar 14 leis e endurecer as normas
para criminosos perigosos e acusados de corrupção.
"Não há condições de um endurecimento geral, nossos
presídios não comportam um aumento acentuado da população carcerária. Não
obstante, é possível, sim, defender o endurecimento do sistema em relação à
criminalidade mais grave", disse Moro em sua palestra.
O ministro afirmou que seu pacote tem três alvos: a
criminalidade organizada, os crimes contra a vida e os crimes contra a
administração pública, como corrupção. "Corrupção, criminalidade violenta
e criminalidade organizada estão vinculadas", afirmou.
Moro anunciou ainda que o Ministério da Justiça vai criar
dois novos bancos nacionais: um de Perfil Balístico e um Multibiométrico. O
ministro não deu detalhes dessas iniciativas.
Por: Notícias ao Minuto.
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