Proposta será enviada para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ)
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© Waldemir Barreto/Agência Senado
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O Plenário do Senado Federal decidiu nesta terça-feira (12)
desarquivar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2015, que altera o
art. 5º da Constituição para determinar a “inviolabilidade do direito à vida
desde a concepção”. A concepção ocorre quando o espermatozoide encontra o óvulo
dentro da trompa de falópio e o fertiliza, dando origem ao zigoto. A proposta
será enviada para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ).
O desarquivamento se deu com a aprovação de requerimento de
autoria do senador Eduardo Girão (Pode-CE). Alguns senadores se posicionaram
contra o desarquivamento. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), chegou a
apresentar outro requerimento, pedindo a retirada de pauta do pedido de Girão,
mas a iniciativa foi derrotada por 61 votos a 8. As informações são da Agência
Senado.
Os parlamentares contrários ao desarquivamento alegaram que
a mudança poderia revogar as três exceções que já existem na legislação
brasileira que permitem o aborto em casos excepcionais: estupro, risco de vida
à mãe e anencefalia do feto. Girão garantiu que a intenção da proposta não é
essa e disse que o objetivo não é retroceder a legislação, mas sim evitar o
“ativismo judicial” em temas polêmicos como esse.
Para Humberto Costa, a questão sobre o aborto é um assunto
de saúde pública. Ele disse que as três exceções já previstas não podem ser
canceladas. O senador Paulo Rocha (PT-PA) também declarou voto contrário ao
desarquivamento. Os senadores Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES),
ambos da Rede, também foram contrários ao desarquivamento.
Por outro lado, diversos senadores apoiaram o
desarquivamento da PEC para que o Senado e a Câmara possam debater e analisar o
tema para não deixar que o Supremo Tribunal Federal (STF) invada competências
do Congresso Nacional. Entre eles, os senadores Major Olimpio (PSL-SP), Marcos
Rogério (DEM-RO), Eduardo Braga (MDB-AM), Márcio Bittar (MDB-AC), Otto Alencar
(PSD-BA), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Jorge Kajuru (PSB-GO), Izalci Lucas
(PSDB-DF) e as senadoras Simone Tebet (MDB-MS), Eliziane Gama (PPS-MA), Soraya
Thronicke (PSL-MS), Daniella Ribeiro (PP-PB) e Selma Arruda (PSL-MT). Simone
Tebet ressaltou, assim como a maior parte dos apoiadores do requerimento, que
também são contrários a proibição do aborto nos casos já permitidos pela
legislação.
Se a PEC for aprovada no Senado e na Câmara, o art. 5º da
Constituição passará a ter a seguinte redação: "Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida desde a
concepção, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade".
A matéria está longe de ter consenso na opinião pública. A
iniciativa já recebeu mais de 60 mil votos no portal e-Cidadania, do Senado.
Até a publicação desta reportagem, 18.678 pessoas votaram a favor da PEC e
42.891 se posicionaram de forma contrária à mudança proposta. Ainda é possível
registrar o voto sobre o assunto no Portal e-Cidadania.
Por: Notícias ao Minuto.
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