O fogo destruiu a maior parte do acervo de 12 mil itens, incluindo o crânio de Luzia
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© Reuters
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audo pericial produzido pela Polícia Federal aponta que um
curto-circuito causado pelo superaquecimento em um aparelho de ar-condicionado
foi a causa do incêndio no Museu Nacional, no Rio, em setembro. O fogo destruiu
a maior parte do acervo de 12 mil itens, incluindo o crânio de Luzia. O fóssil,
de 12 mil anos, é um dos mais antigos das Américas e mudou as teorias sobre o
povoamento do continente. A investigação, até o momento, descarta incêndio
criminoso.
O Estado de S. Paulo teve acesso a trechos do laudo que será
um dos elementos que a PF vai levar em consideração para concluir o inquérito
aberto sobre o caso. A expectativa é de que o relatório final seja entregue em
até duas semanas. Além do laudo, o delegado responsável pela apuração levará em
consideração outros tipos de provas colhidas, como depoimentos.
Para investigar os motivos do incêndio, a PF designou
peritos de diferentes especialidades, entre eles um especialista em incêndios
originários de instalações elétricas, três especialistas em incêndios de
grandes proporções, dois peritos treinados para reconstituição em 3D e outros
dois profissionais especializados em perícia em "local de crime",
treinados para encontrar vestígios.
Os investigadores reconstruíram o local do incêndio em
laboratório para interpretar todos os acontecimentos anteriores ao início do
fogo e, também, a dinâmica que levou as chamas a destruir todo o prédio.
No caso do museu, ao reconstruir a cena, segundo uma fonte
relatou à reportagem, peritos perceberam que um primeiro sinal de fumaça foi
visto em uma sala no segundo andar do prédio onde ficava a reprodução do
esqueleto do dinossauro Maxakalisaurus topai. A sala onde o esqueleto do réptil
era exposto ficava no segundo andar do prédio. Exatamente abaixo dela ficava o
auditório onde estava o ar-condicionado apontado pelo laudo como foco do
incêndio.
Conclusão
A atuação dos peritos em casos de incêndio em que é aberta
uma investigação criminal se baseia no que é estipulado pelo Código de Processo
Penal (CPP). De acordo com a legislação, "os peritos verificarão a causa e
o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida
ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato".
Com base nas informações da perícia e nos outros dados
coletados ao longo da investigação, o delegado do caso vai decidir se o
incêndio poderia ter sido evitado e se há algum responsável pela condições que
resultaram no incêndio. Um dos fatos que serão analisados pelo delegado é se
houve negligência por parte da administração.
Embora o incêndio não tenha resultado em mortes, os
investigadores apuram se o local tinha condições mínimas de segurança,
sinalização de rotas de fuga e extintores de incêndio. Fontes informaram ao
Estado que até o momento os investigadores não encontraram nenhum indício de
que o fogo possa ter origem em um ato criminoso.
De acordo com um envolvido no caso, não foram encontrados no
local qualquer produto químico que pudesse ter sido utilizado para dar início
as chamas que destruíram o prédio. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Por: Notícias ao Minuto.
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