Ataque a tiros a crianças numa escola de Suzano (SP) já faz parte de uma sequência de casos similares no país
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Escola onde ocorreu o massacre de Realengo (RJ)
Foto: Wikimedia Commons
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O ataque a tiros a crianças numa escola de Suzano (SP), na
manhã desta quarta-feira (13), já faz parte de uma sequência de casos similares
no País. Episódios semelhantes aconteceram em diferentes regiões do País, com
atiradores (alunos ou não) dentro de escolas abrindo fogo contra estudantes e outras
pessoas.
Relembre algumas dessas tragédias:
Salvador (BA), 2002
Em 2002, um jovem de 17 anos matou duas colegas dentro da
sala do colégio particular Sigma, na orla de Salvador, na Bahia, e foi preso em
flagrante. À época, a delegada encarregada do caso afirmou que o revólver
calibre.38 utilizado pelo garoto pertencia ao pai, que era perito policial.
O estudante sacou a arma que trazia dentro da mochila e
atirou na estudante Vanessa Carvalho Batista, que estava sentada ao seu lado.
Com um tiro no peito, a aluna, que cursava a oitava série, morreu na hora. Após
o disparo, ele caminhou seis metros dentro da sala de aula e também atirou em
outra colega, Natasha Silva Ferreira.
Com três tiros no peito e na cabeça, a estudante foi
socorrida por colegas e transportada para o Hospital São Rafael, mas não
resistiu aos ferimentos e morreu. Amigos das duas estudantes atingidas pelos
tiros informaram que o adolescente teria se revoltado com as colegas por causa
de uma gincana. As duas teriam dado nota dois ao estudante em uma prova que
valia cinco pontos. Inconformado com os critérios, ele teria prometido
vingança.
Taiúva (SP), 2003
Em janeiro de 2003, em Taiúva (a 363 km de São Paulo), Edmar
Aparecido Freitas, 18, ex-aluno da escola estadual Coronel Benedito Ortiz,
invadiu o pátio da instituição, atirou em alunos, professores e funcionários e
depois se matou. Ele utilizou um revólver calibre.38, com o qual fez 15
disparos.
Deixou oito pessoas feridas, entre elas uma professora e o
caseiro da escola. Uma pessoa morreu, e um aluno ficou paraplégico. O crime
abalou a cidade de pouco mais de 5.000 habitantes.
Realengo (RJ), 2011
Em abril de 2011, em Realengo (zona oeste do Rio), doze
adolescentes -dez meninas e dois meninos- morreram no massacre da escola
municipal Tasso da Silveira. Eles foram vítimas de Wellington Menezes de
Oliveira, 23, que atirou contra as vítimas na sala de aula.
Ex-aluno da escola, Oliveira entrou na escola por volta das
8h30 e disse que buscaria seu histórico escolar. Depois, afirmou que daria uma
palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar na direção dos alunos.
Segundo a polícia, a ação durou cerca de cinco minutos. Além dos 12 mortos,
outras 12 pessoas ficaram feridas -ao menos quatro em estado grave. Após o
ataque, Oliveira cometeu suicídio.
O atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além
de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em anotações
encontradas pela polícia em sua casa, o atirador pôs a culpa pelo massacre nos
que o humilharam na escola na adolescência.
"Muitas vezes, aconteceu comigo de ser agredido por um
grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as
humilhações que eu sofria sem se importar com meus sentimentos", escreveu
ele.
Corrente (PI), 2011
Em abril de 2011, um adolescente de 14 anos que se disse
vítima de bullying matou um colega com golpes de faca no interior do Piauí. O
caso ocorreu na zona rural da cidade de Corrente, no extremo sul do Estado.
O rapaz disse à polícia que era "agredido quase todos
os dias física e verbalmente". O menino era mais baixo e mais fraco do que
o que morreu, que tinha 15 anos. O ataque ocorreu no pátio da escola, quando os
alunos esperavam pelo ônibus. Ao ser hostilizado, o adolescente partiu para
cima do colega, desferindo um golpe na virilha e outro no pescoço. O corte
atingiu a veia jugular e a vítima morreu praticamente na hora.
São Caetano do Sul (SP), 2011
Em setembro de 2011, em São Caetano do Sul (Grande São
Paulo), um aluno de 10 anos de idade que estava no 4º ano atirou na professora
Rosileide Queiros de Oliveira, 38, e depois se matou na escola Professora
Alcina Dantas Feijão.
No momento do disparo, 25 alunos estavam na sala de aula. Em
seguida, ele se retirou da classe e disparou contra sua própria cabeça. Ele
usou um revólver calibre 38 do pai, que era então guarda civil.
A polícia investigou à época a hipótese de que o garoto
sofria bullying e que isso teria motivado o ataque. A corporação chegou a
afirmar que o menino era manco e sofria gozação dos colegas, mas recuou depois.
Santa Rita e João Pessoa (PB), 2012
Em abril de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em outras
três alunas de escola estadual de Santa Rita (região metropolitana de João
Pessoa, na Paraíba). O objetivo do rapaz era acertar um menino de 15 anos com
quem havia discutido duas vezes. Ele efetuou seis disparos com um revólver
calibre 38. As adolescentes de 17 anos tiveram alta nos dias seguintes ao
ataque.
Dois anos depois, no bairro de Mandacaru, na periferia de
João Pessoa, um adolescente de 15 anos deu três tiros na barriga da estudante
Maria Beatriz Souza Santana, 14, que havia sido sua namorada. O ataque
aconteceu dentro da sala de aula da escola municipal Violeta Formiga.
Goiânia (GO), 2017
Um adolescente de 14 anos matou dois colegas e feriu outros
quatro, em outubro de 2017, em Goiânia. O jovem utilizou uma pistola .40 da
mãe, que assim como o pai é policial militar. Segundo a Polícia Civil, na
época, o adolescente foi motivado por bullying.
Por: Folha PE.
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