Muitos dos presentes na praça de São Pedro, onde o correu a cerimônia, conviveram de perto com a freira baiana Irmã Dulce (1914-1992), a primeira santa genuinamente brasileira
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Os brasileiros, particularmente os baianos, estiveram em
peso neste domingo (13) na canonização da agora Santa Dulce dos Pobres.
Foto: Alberto Pizzoli/AFP
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Bandeiras da Bahia e do Brasil, camisas verde amarelas e uma
animação que sobressaía em relação às demais nacionalidades presentes na missa
no Vaticano: os brasileiros, particularmente os baianos, estiveram em peso
neste domingo (13) na canonização da agora Santa Dulce dos Pobres.
Muitos dos presentes na praça de São Pedro, onde o correu a
cerimônia, conviveram de perto com a freira baiana Irmã Dulce (1914-1992), a
primeira santa genuinamente brasileira, canonizada no terceiro processo mais
rápido da história da Igreja Católica -atrás apenas do papa João Paulo 2º e de
Madre Teresa de Calcutá.
A soteropolitana Maria Silvana Gonzalez Cal, 58, viajou a
Roma por meio de uma agência de viagens de Salvador que organizou um pacote e
que vai destinar parte do dinheiro à seção de oftalmologia do hospital criado
pela religiosa em Salvador.
Maria Silvana conheceu a freira ainda criança. "Minha
mãe costumava fazer doações para ela. Eu dançava música espanhola à época e,
uma vez, quando ela estava doente, fizemos uma apresentação no quartinho
dela", disse.
Ela conta ter superado dois problemas de saúde graças à fé
na conterrânea. "Tive uma leucemia aguda há 21 anos. O médico me deu
poucos dias de vida e estou aqui. No meio do tratamento, tive uma infecção por
um fungo proveniente dos pombos. O médico que me operou disse que eu ficaria
fanhosa. Fiz uma oração especial à Irmã Dulce e não fiquei fanhosa".
Ela afirmou que fez questão de vir a Roma, acompanhada pelo
marido, para homenagear e agradecer a uma pessoa que tanto fez por ela e pela
Bahia. "Sua história de vida é tocante. Ela viveu para o outro",
acrescentou.
A médica Marília Sentger, 61 anos, também conviveu com a
irmã em Salvador. Segundo ela, foi a religiosa quem assinou pela primeira vez
sua carteira de trabalho -quando ela estava ainda na universidade, no 5º ano de
medicina.
"Viemos passar uma semana em Roma para acompanhar esse
momento histórico", disse. "E também para demonstrar nossa
gratidão".
Ela estava com um grupo de baianos que chegou à Praça de São
Pedro 6h da manhã -já havia fila nesse horário. A movimentação era grande nas
ruas adjacentes ao Vaticano e nas estações do metrô de Roma horas antes do
início da cerimônia, quando o dia ainda não havia clareado. Eles conseguiram um
bom lugar na plateia, não muito distante do altar armado onde o Papa Francisco
celebrou a missa.
As baianas Maria de Oliveira, 29, e Sheila Weber, 42, que
faziam parte do grupo, trabalhavam como voluntárias na Obras Sociais Irmã
Dulce. "É sempre uma comoção tudo relacionado a ela. A festa em Salvador
será histórica. Será o maior público da Fonte Nova, maior do que um BaVi [referência
ao clássico Bahia x Vitória]", comentou.
Renata Cerqueira, 34, que mora em Lisboa há três anos, é
outra que viajou para a Itália exclusivamente para acompanhar a missa de
canonização. Ela mostrava nos devotos de irmã Dulce.
Por: Folha de Pernambuco.
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