Horacio Cartes é suspeito de ter ocultado seu patrimônio por meio do doleiro Dario Messer
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© Jorge Adorno / Reuters
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RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O
ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo nesta terça-feira (19) de um
mandado de prisão expedido na Operação Patron, desdobramento da Lava Jato do
Rio de Janeiro. Ele é suspeito de ter ocultado seu patrimônio por meio do
doleiro Dario Messer, preso em julho deste ano após meses foragido.
O juiz Marcelo Bretas expediu 17 mandados de prisões
preventivas e 3 temporárias. Há ainda 18 mandados de busca e apreensão a serem
cumpridos. Um dos alvos é o doleiro
Najun Turner. Ele já foi preso em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, a investigação cerca de US$ 20
milhões ocultados, sendo US$ 17 milhões num banco nas Bahamas e o restante no
Paraguai.
Cartes é amigo de longa data de Dario Messer, a quem chamava
de "irmão de alma". O ex-presidente manteve relações próximas com o
pai do doleiro, Mordko Messer, que o ajudou na década de 1990, quando esteve na
mira da Justiça por evasão de divisas.
Eduardo Campos, presidente do banco Basa, propriedade de
Cartes, afirmou à imprensa paraguaia que o ex-presidente não teve contato com
Messer enquanto ele era procurado pela Justiça.
"O mandado é supostamente por [Cartes] ter colaborado
com a fuga ou ajudado a esconder Darío Messer. Realmente é surpreendente,
porque não houve nada disso. Nem sequer contatos ou reuniões com Messer.
Horacio Cartes está com a consciência tranquila", disse, à Rádio Universo.
O ex-presidente é um dos empresários mais ricos do país. É
dono de bancos e empresas que atuam na área do tabaco.
Havia queixas e denúncias de outros países, como Colômbia e
México, de que os cigarros paraguaios piratas, muitos deles fabricados pelas
empresas de Cartes, estavam entrando ilegalmente em seus países.
Nos anos 1980, ele foi preso por evasão de divisas e, em
2011, o Wikileaks revelou que os EUA investigavam suas relações com um esquema
internacional de narcotráfico e lavagem de dinheiro.
Um de seus bancos, o Amambay (hoje chamado de Basa), foi
investigado por uma comissão parlamentar brasileira em 2004. a partir de dados
enviados pela DEA, o departamento de combate às drogas dos EUA.Cartes também se
envolveu com o futebol. Foi presidente do Libertad de 2001 a 2013, um dos
principais clubes do Paraguai. E foi dirigente na Associação Paraguaia de
Futebol.
O paraguaio deixou a presidência em agosto do ano passado
com baixa popularidade, com apenas 18% de aprovação. Ele tentou, sem sucesso,
aprovar uma emenda constitucional que o permitisse concorrer à reeleição.
Denúncias apontaram que ele apresentou assinaturas falsas.
Pela lei paraguaia, o ex-presidente assume o cargo de
senador, mas sem direito a voto.
Em agosto, o atual presidente, Mario Abdo Benítez, foi alvo
de uma tentativa de impeachment, pela acusação de ter fechado um acordo com o
Brasil para a divisão da energia de Itaipu que prejudicaria o Paraguai. Na
ocasião, Cartes foi um dos avalistas da permanência de Benítez, e usou sua
força no Congresso para ajudar a barrar o processo.
Por: Notícias ao Minuto.
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