O caso foi notificado inicialmente pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que pediu apoio para investigação
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Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde
Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (20) o
registro de um caso confirmado da doença febre hemorrágica brasileira, causada
por um novo vírus. A doença não era registrada no país há mais de 20 anos.
O caso foi notificado inicialmente pela Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo, que pediu apoio para investigação. Segundo a pasta,
exames apontaram cerca de 90% de similaridade com o arenavírus, da espécie
Sabiá.
A febre hemorrágica brasileira foi identificada pela primeira
vez na década de 1990. Desde então, já ocorreram quatro casos em humanos, sendo
três no estado de São Paulo, em área silvestre, e um no Pará.
Nos últimos 20 anos, não houve novos registros. O caso
confirmado neste ano foi registrado em um paciente adulto, morador de Sorocaba,
no interior de São Paulo, e que morreu no dia 11 de janeiro.
Em nota, o ministério diz que o evento ocorreu de forma
isolada e descarta risco. "Nesse momento, não há risco para trânsito de
pessoas, bens ou mercadorias a nível nacional ou internacional", informa.
A confirmação, porém, acendeu um alerta entre autoridades de
saúde devido à gravidade da doença, considerada de alta letalidade. Também
levou o ministério a notificar a Organização Mundial de Saúde, conforme
protocolos internacionais.
O paciente que teve o caso confirmado teve o sintomas
registrados no dia 31 de dezembro. Nos dias seguintes, passou por três
hospitais. Ele não tinha histórico de viagem internacional.
Inicialmente, o caso chegou a ser investigado como suspeito
de febre amarela, mas exames descartaram a doença. O caso foi confirmado como
febre hemorrágica brasileira após exames identificarem o arenavírus, que causa
a doença.
Em geral, os primeiros sintomas são febre, mal-estar, dores
musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás
dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e
sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução, podem ser
registradas alterações neurológicas. Nesse período, o paciente pode apresentar
sonolência, quadro de confusão mental e convulsões.
Segundo a pasta, ainda não está confirmada a origem da
contaminação do paciente. O modo de transmissão, porém, é restrito, informa.
"O que se sabe é que as pessoas contraem a doença
possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina,
fezes e saliva de roedores infectados. A transmissão dos arenavírus de pessoa a
pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em
ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de proteção, por
meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras
secreções ou excreções", informa.
O ministério diz que funcionários dos hospitais por onde o
paciente passou estão sendo monitorados e avaliados, assim como os familiares
do caso confirmado em São Paulo.
Por: Folha de Pernambuco.
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