Meta é atender 1,6 milhão de famílias de baixa renda até 2024
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Marcos Corrêa / PR |
O presidente Jair Bolsonaro lançou hoje (25) o novo programa
habitacional do governo federal. Chamado de Casa Verde e Amarela, o programa é
uma reformulação do Minha Casa Minha Vida, com foco na regularização fundiária
e na redução da taxa de juros, para aumentar o acesso dos cidadãos ao
financiamento da casa própria.
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória (MP) que cria o programa e disse que, agora, “a bola está com o Parlamento”. “Não tenho muito a dizer, apenas cumprimentar os ministros que trabalharam incansavelmente nessa questão, bem como o nosso Parlamento, que agora recebe essa MP e a aprovará, com toda certeza e, se for o caso, fará aperfeiçoamentos. Assim é que se fazem as leis, assim que nos apresentamos para atender a nossa sociedade”, disse.
A meta é atender 1,6 milhão de famílias de baixa renda com o financiamento habitacional até 2024, um incremento de 350 mil residências em relação ao que se conseguiria atender com os parâmetros atuais. Isso será possível em função de negociações com o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que subsidia o programa, e com a Caixa Econômica Federal, que é o agente financeiro.
De aordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, as Regiões Norte e Nordeste serão contempladas com a redução nas taxas em até 0,5 ponto percentual para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais e 0,25 ponto para quem ganha entre R$ 2 mil e R$ 2,6 mil. Nessas localidades, os juros poderão chegar a 4,25% ao ano e, nas demais regiões, a 4,5% ao ano.
“Nós teremos um tratamento diferenciado para as regiões que historicamente têm uma condição menor em relação aos seus índices de desenvolvimento humano”, disse o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O limite do valor dos imóveis financiados no Casa Verde e Amarela também foi ampliado, com o objetivo de estimular a construção civil a atuar nessas localidades.
Ao longo de quatro anos, o subsídio do FGTS vai cair de R$ 9 bilhões ao ano para R$ 7,5 bilhões ao ano. Ainda assim, segundo o ministro, com a diminuição da taxa de juros e da prestação do financiamento, famílias que antes não eram atendidas em razão da faixa de renda, poderão acessar os benefícios, já que a legislação prevê que as famílias podem comprometer apenas 30% da sua renda com prestação habitacional.
Ao mesmo tempo, a Caixa aceitou reduzir a taxa de remuneração para a prestação dos serviços. “Isso é eficiência e saber gerir os recursos públicos, e tendo zelo pelo dinheiro da população. Isso vai permitir que mais 350 mil unidades sejam construídas com menos dinheiro”, disse Marinho, destacando que o governo prevê agregar mais de 2 milhões de novos empregos diretos e indiretos e mais de R$ 11 bilhões de recursos à arrecadação.
Renegociação e regularização
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Programa pretende regularizar 2 milhões de moradias até 2024
- Agência Brasil/Tomaz Silva |
O ministro explicou ainda que o Casa Verde e Amarela permite
a renegociação de dívidas dos mutuários da faixa 1, de baixa renda, o que o
Minha Casa Minha Vida não permitia. “Falamos de inadimplência beirando 40%
dessas famílias. E são os mais pobres, os que ganham até R$ 1,8 mil”, disse. Um
mutirão de renegociação deverá ser organizado após o fim da pandemia de
covid-19.
Em negociação com a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), o governo federal também vai destinar R$ 500 milhões para programas
de regularização fundiária e pequenas melhorias habitacionais em inadequações.
São recursos do Fundo de Desenvolvimento Social, fundo privado alimentado por
mais de 30 bancos.
Marinho estima que mais de 40% dos 70 milhões de habitações
do país não tenham escritura pública. A meta é regularizar 2 milhões de
moradias e promover melhorias em 400 mil até 2024. Esse programa será realizado
por meio de editais, em parceria com os governos locais, para famílias com
renda de até R$ 5 mil mensais que vivam em núcleos urbanos informais.
Até então, as prefeituras realizavam programas próprios de
acordo com o Estatuto das Cidades, de 2000, e o Reurb, de 2017. “O que não
havia era uma política de apoio do governo federal. Vamos disponibilizar os
recursos e auxílio técnico, levando em consideração o que deu errado em uma
série de programas por todo o país”, explicou o ministro.
Em relação à melhoria dos imóveis, o programa prevê reforma
e ampliação do imóvel, como construção de telhado, quarto extra, banheiro,
instalações elétricas ou hidráulicas, colocação de piso e acabamentos em geral.
Também poderão ser instalados equipamentos de aquecimento solar ou eficiência
energética. Serão atendidos proprietários de imóveis escolhidos para
regularização fundiária, com renda mensal de até R$ 2 mil.
Novos grupos
O conceito de faixas de renda do Minha Casa Minha Vida foi
alterado para grupos no Casa Verde e Amarela. São eles: Grupo 1, famílias com
renda de até R$ 2 mil; Grupo 2, famílias com renda entre R$ 2 e R$ 4 mil; e
Grupo 3, famílias com renda entre R$ 4 mil e R$ 7 mil.
De acordo com cada grupo, há subsídios e programas
diferentes que serão oferecidos aos cidadãos. As diferenças deverão ser especificadas
em regulamentação do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Por: Agência Brasil.
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