A reunião da agência teve início às 10h10 e terminou às 15h20. O último voto a ser dado foi do presidente da agência, o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou,
por unanimidade, neste domingo, 17, o uso emergencial da Coronavac e da vacina
desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. A
reunião da agência teve início às 10h10 e terminou às 15h20. O último voto a
ser dado foi do presidente da agência, o médico e contra-almirante Antonio
Barra Torres.
Ao encerrar a
reunião, Torres disse que é preciso confiar na Anvisa e nas vacinas que forem
certificadas pela agência. "Quando ela estiver ao seu alcance, vá e se
vacine."
Em seu relatório, que foi acompanhado por todos os
diretores, a relatora e diretora da Anvisa Meiruze Freitas incluiu que a
decisão, com relação a Coronavac, deve passar a valer após a publicação do
termo de compromisso e "subsequente publicação de seu extrato" em
Diário Oficial da União.
Com relação à vacina de Oxford, o voto da diretora vale
apenas para o uso das 2 milhões de doses que o governo ainda tenta importar da
Índia. A decisão valeria após a publicação de extrato ou "ciência
oficial" via ofício.
Coronavac
Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac
será fabricada e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan. A Coronavac é o
único imunizante contra a covid-19 com estoque no Brasil. A ideia é que 6
milhões de doses sejam disponibilizadas ainda em janeiro. A eficácia da vacina
para evitar a manifestação da doença é de 50,39%, segundo atestou neste domingo
a Anvisa.
O imunizante tornou-se alvo de briga política entre Doria e
o presidente Jair Bolsonaro. O mandatário forçou, em outubro, o Ministério da
Saúde a cancelar uma promessa de compra da Coronavac. Bolsonaro disse ainda que
não compraria a vacina para o plano nacional por sua "origem".
"Da China nós não compraremos. É decisão minha. Não acredito que ela
transmita segurança suficiente à população pela sua origem. Esse é o pensamento
nosso", disse ele em 21 de outubro à Rádio Jovem Pan.
A vacina, porém, foi comprada pelo governo federal em 8 de
janeiro de 2021. Sem garantias sobre a data em que a Índia irá liberar a
importação da vacina de Oxford/AstraZeneca, apenas a Coronavac tornou-se opção
viável para começar imediatamente a vacinação no País. O ministério, então,
pede para o Butantan entregar imediatamente todas as 6 milhões de doses da
Coronavac que estão prontas para uso. O governo de São Paulo respondeu que
enviará esta carga, mas pede para que as doses que serão aplicadas na população
paulista sigam no Estado. O impasse pode parar na Justiça, reconhecem
autoridades dos dois lados da disputa.
Oxford/AstraZeneca
Também com uso emergencial aprovado por unanimidade, a
eficácia geral da vacina de Oxford/AstraZeneca é de 70,42%, segundo calculou a
Anvisa. O dado considera mais de uma forma de aplicação e intervalo entre
doses. No Brasil, com duas doses, a eficácia ficou em 62%.
A importação das doses prontas, porém, foi adiada pelo governo da Índia. O presidente Bolsonaro disse na sexta-feira, 15, que a entrega deve levar mais dois ou três dias, mas o governo não confirma nem sequer em que data o voo que em direção à Índia deixará o Brasil para receber esta vacina. O governo indiano aponta "problemas logísticos" para a entrega da vacina, pois simultaneamente está começando a sua própria campanha de imunização.
Além das duas milhões de doses prontas, a Fiocruz deve
receber ingrediente para fabricar cerca de 100,4 milhões de doses neste
primeiro semestre, mas a entrega está atrasada. No segundo semestre, o
laboratório brasileiro quer produzir 110 milhões de doses de ponta a ponta. A
ideia é que estas doses sejam liberadas só em meados de fevereiro, mas o uso
das doses fabricadas no País não foram objeto do pedido à Anvisa avaliado neste
domingo, 17. Ou seja, seria preciso nova avaliação da agência.
Sem a vacina de Oxford em mãos, a campanha de imunização
deve começar com a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac e
distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan.
O Ministério da Saúde planeja começar a campanha nacional na
quarta-feira, 20, às 10h. Como revelou o Estadão, o Palácio do Planalto pode
receber uma cerimônia, na terça-feira, 19, para marcar o começo da campanha.
Não está descartado aplicar a primeira dose durante este evento, mas a pressão
pela crise em Manaus (AM) pode levar o governo a desistir da cerimônia em
Brasília.
Por: Notícias ao Minuto.
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