Investigadores acreditam que Lula vai utilizar o material para turbinar a ação em que acusa o ex-juiz Sérgio Moro de agir com parcialidade ao condená-lo no caso do tríplex do Guarujá.
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Sete procuradores da República, ex-integrantes e atuais
membros da força-tarefa da Lava Jato, pediram na sexta, 22, para ingressarem
como assistentes de acusação na ação penal da Operação Spoofing - investigação
que mira grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.
O grupo que quer participar do processo que tramita junto à
10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal inclui Januário Paludo, Laura
Gonçalves Tessler, Orlando Martello Júnior, Júlio Carlos Motta, Paulo Roberto
Galvão de Carvalho, Athayde Ribeiro Costa e o ex-chefe da força-tarefa em
Curitiba, Deltan Dallagnol.
A reportagem do Estadãoapurou que o objetivo dos procuradores
é recorrer da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal
Federal, que garantiu à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
acesso à íntegra do material apreendido na Spoofing. Segundo Lewandowski, os
arquivos apreendidos no âmbito das investigações somam cerca de 7 TB de
memória.
Uma vez habilitados nos autos, a estratégia dos
procuradores, representados pelos advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe
Locke Cavalcanti, seria tentar impedir o uso de dados do processo por terceiros
que não foram vítimas dos hackers. Consultados pela reportagem, Knopfelmacher e
Cavalcanti não comentaram.
Os procuradores também avaliam, se Lewandowski não revogar a
autorização ao petista, pleitear que o caso seja submetido ao crivo do Plenário
do Supremo. A premissa central da contraofensiva dos procuradores é que Lula
não foi vítima dos hackers - o ex-presidente não teve seu celular bisbilhotado
por Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e seu grupo. Nessa linha, sustentam que
o petista não teria legitimidade para conhecer o que há nos autos.
Investigadores ouvidos pelo Estadãoacreditam que Lula vai
utilizar o material para turbinar a ação em que acusa o ex-juiz Sérgio Moro de
agir com parcialidade ao condená-lo no caso do tríplex do Guarujá, levando ao
STF indícios de que o magistrado e os procuradores mantiveram contatos fora dos
autos que podem contaminar a operação. A análise do caso ainda não foi concluída
pela Segunda Turma da Corte.
Ao analisar um pedido da defesa de Lula sobre uma ação da
Lava Jato no ano passado, Lewandowski e o ministro Gilmar Mendes atacaram a
atuação de Moro à frente da Justiça Federal em Curitiba. Expoentes da ala do
Supremo mais crítica à operação, os dois magistrados indicaram voto para
declarar a suspeição do ex-juiz ao condenar o petista.
Por: Notícias ao Minuto.
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