Medida foi anunciada por ele durante reunião com governadores nesta sexta-feira, 26
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Após a imprensa mostrar a preocupação de funcionários com o
descaso com os protocolos de proteção contra a covid-19 dentro do próprio
Ministério da Saúde, o novo ministro, Marcelo Queiroga, determinou o uso de
máscaras nas dependências da pasta. A medida foi anunciada por ele durante
reunião com governadores nesta sexta-feira, 26. Queiroga disse que
"estranhou" flagrar servidores sem o equipamento no órgão que justamente
elabora e fiscaliza o enfrentamento da pandemia.
Além do descumprimento de medidas básicas de proteção,
funcionários afirmaram à reportagem que há pressão e até ameaças de demissão
pelo retorno ao trabalho presencial. Neste mês, três funcionários da pasta
morreram pela covid-19, mas o ministério não confirma se estavam todos em
trabalho presencial ou não. Gleyber Araújo, de 40 anos, é uma das vítimas.
Apesar de ser obeso e hipertenso, grupo de risco da doença, Araújo teve de
voltar ao trabalho dentro do ministério.
Queiroga disse aos governadores que vai editar uma regra
interna para obrigar o uso das máscaras. A portaria 2.789/2020, do Ministério
da Saúde, que trata de "medidas de proteção" para o trabalho na
pasta, já determina o uso das máscaras. Queiroga não detalhou aos governadores
o que fará de diferente.
Publicado em outubro, o texto "recomenda" o uso
dos itens em locais como a sede da pasta em Brasília, que exerce função
administrativa. "O uso de máscaras profissionais (cirúrgicas e do tipo N95
ou equivalente) deve ser priorizado para profissionais da saúde que atuam no
atendimento direto aos pacientes nos serviços de saúde e para aqueles que
estejam em contato próximo e prolongado com possíveis fontes de contágio",
diz a portaria, que recomenda o uso de máscara de pano pelos servidores
administrativos.
Apesar de o uso de máscaras já ser obrigatório, a própria
cúpula da Saúde não seguia a regra. Neste mês, a assessoria de imprensa do
ministério divulgou foto de uma reunião de Pazuello e seus auxiliares, sem
máscaras, numa sala fechada.
Mais cedo, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto,
Queiroga criou um slogan sobre o enfretamento da pandemia. "Na época da
Copa do Mundo, chama de chuteira, agora é pátria de máscara", disse
Queiroga, usando duas máscaras de proteção, e também acompanhado do personagem
Zé Gotinha, símbolo das campanhas de imunização no Brasil. Na mesma entrevista,
Queiroga e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes,
anunciaram que foi feito um pedido de testes em humanos à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) de uma vacina brasileira.
A sinalização de empenho no combate da pandemia do primeiro
escalão do presidente Jair Bolsonaro acontece horas após o Instituto Butantan
anunciar detalhes sobre a Butanvac, candidata a imunizante contra a covid-19
que deve ser testada em humanos a partir de abril, caso receba autorização da
Anvisa.
Por: Notícias ao Minuto.
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