Aconteceu. Algumas vezes. Em 1817, o governo independente durou poucos meses. Foi a gloriosa e nunca suficientemente louvada Revolução Pernambucana, que entre muitas outras coisas, nos legou nossa bandeira.
Aconteceu mais uma vez em 1824, com a Confederação do Equador. Uma corajosa e pioneira revolta republicana contra o absolutismo de Pedro I. Esmagada. Deixou exemplos e mártires, o mais conhecido é Frei Caneca, cujo sacrifício até hoje inspira a bravura pernambucana.
Entre um movimento e outro ocorreu uma revolução menos conhecida, menos comentada, mas nem um pouco menos importante e simbólica. E tem mais: diferente de todos os outros movimentos de rebeldia no Brasil, entre a expulsão vitoriosa dos Holandeses e a expulsão meio disfarçada do algoz Pedro I, o movimento de 1821 foi o único vitorioso. Chegou ao fim tendo cumprido seus objetivos, sem conhecer o gosto amargo da derrota.
200 ANOS DO GRITO DE GOIANA
Uma bela frase marcou o início do movimento que levaria à independência de Pernambuco do absolutismo de D. João VI e seu regente no Brasil, o futuro D. Pedro I.
“Avante pernambucanos, o mundo nos observa: marchemos entoando o sagrado nome da pátria dos bravos”. O grito de Felipe Menna Callado da Fonseca e Manoel Clemente Cavalcante de Albuquerque, em 28 de agosto de 1821, marca o início da formação da Junta Governativa de Goiana, instalada no dia seguinte. O gesto de rebeldia e liberdade foi o troco de Pernambuco. O algoz da Revolução de 1817, Luiz do Rêgo, acabou expulso e o absolutismo banido de terras pernambucanas. O Instituto Histórico de Goiana comemorou a data. Até outubro, quando se comemora os 200 anos da vitória do movimento, com a assinatura do documento que ficou conhecido como “Convenção de Beberibe”, muitas comemorações, aulas, palestras, debates, haverão de ocorrer.
ARTIGOS
O PODER PERNAMBUCO publicou, no dia 26/08, dois artigos que apresentam as linhas gerais do movimento e deram o pontapé inicial nas comemorações que deverão se intensificar até outubro. O primeiro de Alfredo Cabral de Melo e Josemir Camilo e o segundo do desembargador goianense Josué Sena, ambos objetos de muitos elogios. Os autores receberam congratulações de entidades culturais de todo o País. Ainda há muito a ser dito mas os artigos deviriam ser discutidos em todas as escolas, do Estado e do País. Para que os estudantes conheçam um pouco da nossa história gloriosa, frequentemente esquecida e até propositalmente esquecida.
Os artigos estão postados no índice de notícias do site www.jornalopoder.com.br
E viva Pernambuco imortal.
Por: José Nivaldo Junior - Publicitário. Historiador. Da Academia Pernambucana de Letras.
Autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”.
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