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Marcos Eugênio Welter. |
Fé em todas as línguas românticas, o vocábulo pertence ao acervo primitivo, juntando aos sentidos latino e religioso, que se deve à influência do cristianismo sobretudo. A Igreja Cristă é chamada pelos Teólogos “comunidade da fé”. Seus membros são fiéis. “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem”.
Esperança - vem a ser a ação ou efeito de esperar um bem ou algo que se deseja. É a segunda das três virtudes teologias.
Caridade - Vem a ser a forma concreta de se externar o amor ao próximo, bondade, benevolência, compaixão.
Em nosso entender, na sua grande obra, o Supremo Arquiteto do Universo determinou a cada um de seus Obreiros uma função e o cumprimento da mesma fará com que a obra se complete e se perpetue.
No entanto, a cada um deu o arbítrio para realizá-la da forma que melhor lhe aprouver ou conhecer, não há grandes senhores de obras nem pequenos artífices auxiliares, há, sim, funções para todos os obreiros, que deverão realiza-las no seu dia-a-dia, analisando de maneira serena e tranquila, todos os lados dos equiláteros, sem julgamento, mas com a compreensão de que estamos agindo com justiça e sabedoria.
Na vida moderna, este exercício se torna cada vez mais difícil, são muitos os conceitos, são tantas as verdades. A verdade de hoje é a mentira de amanhã. O mundo muda, as pessoas mudam.
Mas, se pararmos para escutar o silêncio de nossa alma, encontraremos conceitos que nunca mudaram, que sempre tiveram defensores, que mesmo as guerras, os genocídios, as pestes, a fome, nada foi capaz de tirar do espírito humano a sua crença na Fé, na Caridade e na Esperança, que juntas têm levado as pessoas a se unirem fraternalmente em busca da solução dos grandes conflitos dos homens e dos pequenos problemas de cada um de nós.
O simbolismo destas três virtudes, são, ao nosso ver, a trilha a ser seguida pelo homem.
A crença em algo constitui a fé. É inata em todos os homens, constituindo especial manifestação do ser. É resultado de experiências objetivas ou não, no que se fundamenta, porém a fé, em sua plenitude é consequência da razão. Poderíamos compará-la com força, pois tem propriedade de abrasar o espírito e dispô-lo a lances arrojados, mas quando elaborada dentro da razão, é calma e fecunda, propiciando equilíbrio físico e psíquico, sustentando a vida humana. A fé na verdade, move nosso dia-a-dia.
É por ela que vivemos, que lutamos, que aprendemos, que crescemos, pois quando cremos, incorporamos nossos conhecimentos, aumentamos nossos horizontes, alcançamos novas terras.
Baseado na fé, o povo antigo de Deus se movia de um lado para o outro em busca da terra prometida. Nós, hoje, fazemos a mesma coisa, pois na base da fé, construímos famílias, estados, elegemos governantes e criamos leis, tudo alicerçado na fé de que estamos, na verdade, construindo um mundo melhor para os nossos descendentes que, como nós, terão de transitar pela escada.
Se perdermos a Fé, perdemos tudo, nada mais terá objetivo, deixam de existir razões para se continuar lutando, o vazio se instala em nosso interior, é como se ficássemos soltos no vácuo, nada nos atrai, nada nos movimenta, nada vive.
A esperança, irmã gêmea da fé, é a faculdade que infunde coragem e impede a conquista do bem. Quando as circunstâncias nos afligem é a esperança que nos revigora, o entusiasmo que nos dá ânimo para prosseguirmos. Por isso a comparamos a beleza, pois sob seus auspícios a calamidade se modifica transformando em progresso, o solo árido se converte em jardim e a enfermidade dá ensejo a saúde.
E a esperança o socorro da viuvez e da orfandade, consolo dos desamparados, a beleza dos fortes e a resistência dos heróis. A esperança é na verdade, uma sequência da fé, é a certeza de que os anseios da fé poderão se realizar, que vamos conseguir, que estamos certos, pois queremos que se realizem, contamos com sua realização. A esperança como a fé, precisa ser renovada, ser alimentada, se não ela morre. No dito popular, encontramos a verdadeira dimensão da esperança, quando ouvimos A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE, temos diante de nós uma grande verdade, pois mesmo quando perdemos a fé, temos a esperança que algo nos faça reencontrá-la.
É esta esperança aliada a fé que faz com que os homens continuem a sua busca eterna de aperfeiçoamento, é o ir e vir pelos caminhos da vida, é o recomeçar, o retrilhar os caminhos em busca dos detalhes perdidos, para, por fim, encontrar a luz.
Feliz é o ser humano que nasce em um berço onde se cultivam estas três virtudes e mais feliz ainda é aquele que as desenvolve superando as mesquinharias do mundo materialista.
Bibliografia
Dicionário Ilustrado de Faisal El-Kratib
Enciclopédia Mirador Internacional Revista O Prumo nº 98
Revista O Prumo n° 105
Revista O Prumo nº 108
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