Ação visa aumentar a segurança e transparência do processo eleitoral já em outubro de 2022
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Sala com mesa cheia de urnas eletrônicas. |
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) optou por realizar uma
série de mudanças para as eleições de outubro de 2022, entre elas o uso de
modelos atualizados e a ampliação do número de urnas eletrônicas que passam por
testes antecipadamente, passando de 100 para 600 máquinas. O Tribunal calcula
que serão usadas 577 mil urnas durante a votação deste ano. Do total, cerca de
225 mil serão de um modelo novo, mais rápido, acessível e que mantém a
segurança da votação. O processo de verificação das máquinas ocorre um dia
antes da votação. Os equipamentos sorteados são levados à sede do Tribunal
Regional de cada Estado. Voluntários, normalmente jovens que ainda não tem
título de eleitor, votam em cédulas de papel e um funcionário de uma empresa
contratada digita os números nas urnas. Todo o processo é gravado por uma
câmera. No final do dia, o boletim de cada urna é impresso e comparado com as
escolhas dos voluntários.
O advogado especialista em direito eleitoral Alberto Rollo
afirma que as decisões do tribunal aumentam ainda mais a transparência do
processo de votação. “Até agora, são 26 anos de urna eletrônica, desde que
esses testes de votação paralela foram adotados, nunca teve diferença. E quando
houve diferença é porque houve um erro na hora de digitar o voto do papel no
teclado da urna eletrônica. E a gente sabe que tem uma discussão: ‘600 é pouco,
200 antes eram poucas’, aumentou para 600, mas talvez 600 não seja o ideal, não
importa, a gente chega no número ideal. O que importa é a boa vontade da
Justiça Eleitoral em mostrar cada vez mais que não tem nenhum motivo para
desconfiança, não tem nenhum motivo para duvidar do sistema da urna
eletrônica”, afirma.
Dias depois do anúncio do TSE de ampliar o número de urnas
testadas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o sistema de votação
eletrônica. Ele propôs que as Forças Armadas atuem no processo eleitoral, fazendo
uma espécie de dupla checagem da apuração feita pelo tribunal. O cientista
político Manuel Furriela vê as decisões da Corte como uma resposta às repetidas
declarações de Bolsonaro. “Esta decisão de aumentar as urnas que serão
verificadas, que passarão por uma série de testagens, junto com outras
iniciativas, elas são, sim, resposta ao presidente e às forças armadas e não a
toda a sociedade. São decisões que aumentam a transparência. Mas eu não
acredito que elas venham afastar qualquer tipo de desconfiança, porque foram
tomadas decisões já seguindo os mesmos procedimentos previstos anteriormente.
Então, a ampliação da fiscalização pela sociedade civil, ela é só uma ampliação
daquilo que já havia. Como o voto impresso não está sendo contemplado nestas decisões,
o aumento da transparência não vai atender as expectativas. mesmo com a
ampliação da transparência e da checagem, eu não acredito que as expectativas
vão mudar ou as críticas vão deixar de vir”, opinou Furriela.
Como o voto é facultativo para as pessoas com mais de 70
anos, Euzébio Ferreira de Jesus não deve ir à sessão eleitoral no próximo dia 2
de outubro. O aposentado, no entanto, confiaria no sistema se fosse participar
do pleito. “Eu acredito que, se essa forma é porque ela foi escolhida pela
maioria. É o melhor que houve até agora”, afirma. A assistente administrativo
Cristina Carvalho vai na mesma linha: “Não tem método melhor, depois que
colocaram as urnas, foi a melhor opção para a gente. Agora que eles estão
colocando também digital, isso daí está facilitando muito, então não tem outro
método mais seguro que esse. Vou votar confiante”, diz.
Já para o dono de corretoras de seguro Pedro Sauermins o
sistema de votação brasileiro poderia contar com mais uma etapa. “O sistema
eletrônico é um sistema válido, mas, na minha opinião, se a gente tivesse uma
verificação de voto impresso junto seria melhor”, opina. O relojoeiro David
Campos iria preferir que a votação fosse feita de outra forma: “Eu
particularmente não confio no sistema de votação que temos hoje. Na China, por
exemplo, eles não utilizam o sistema eletrônico igual a nós. Então, se tem um
país com tecnologias muito mais avançadas do que a nossa e ainda utiliza o
sistema impresso, manual, por que a gente vai confiar hoje na eletrônic
*Com informações da repórter Nanny Cox
Por: Jovem Pan.
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