Magistrado concedeu entrevista a um podcast, no qual também disse acreditar que eleição de Dallagnol e de Moro mostram insatisfação do eleitor com o fim da operação Lava Jato
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FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO - Ex-ministro do Supremo
Tribunal Federal Marco Aurélio Mello |
Em entrevista a um podcast, o ex-ministro do Supremo
Tribunal Federal Marco Aurélio Mello confirmou que votará em favor da reeleição
do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a possibilidade de eleição de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse que, como juiz, não conseguiria votar em
alguém que já foi condenado e alegou que Lula não teria sido absolvido pelo
STF: “Como ex-juiz, não poderia votar, jamais, em alguém que, primeiro, foi
presidente durante oito anos, deus as cartas durantes seis anos no governo
Dilma e que foi condenado, se não me falha a memória, em quatro processos por
delito contra a administração pública. Os processos foram anulados, mas ele não
foi absolvido pelo Supremo. Os processos forma anulados pelo Supremo, o STF
resolveu ressuscitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
Sobre o primeiro turno das eleições, realizado em 2 de
outubro, o ex-ministro disse que a população brasileira não se conformou com o
fim da operação Lava Jato e que as eleições do ex-juiz Sergio Moro (União) para
o Senado Federal e do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) para a Câmara
dos Deputados são exemplos desse sentimento. Sem citar nomes, ele também
criticou alguns integrantes da suprema corte por tomarem decisões que ele
considera por vezes estarem acima da Constituição Federal. “Nós devemos ter,
mesmo judicando no Supremo, os pés no chão e devemos atuar com a visão aberta,
admitindo, inclusive, a possibilidade de um equívoco em um julgamento. Isso é
ruim, quando se sentem acima da própria instituição. Que os ocupantes do
Supremo hoje percebam essa responsabilidade”, disse.
Como um dos exemplos de discordância de processos julgados
pelo Supremo, Marcos Aurélio Mello classificou o inquérito das Fake News como
um equívoco. “Eu estava numa recepção na casa do ministro Luís Roberto Barroso
quando chegou o presidente do Supremo à época, o ministro Dias Toffoli, e disse
a mim, não havia mais ninguém próximo: ‘Marco Aurélio, sei que você não vai
concordar, eu instaurei um inquérito e designei para relatá-lo, portanto não
levou o inquérito a sorteio, a distribuição, o ministro Alexandre de Moraes’.
Eu disse ‘realmente, eu não concordo’. Não podemos concentrar na mesma pessoa o
ato de acusar e o ato de julgar. Foi um equívoco a instauração desse
inquérito”, afirmou. O ex-ministro afirmou ainda que vivemos tempos estranhos
atualmente no Brasil e, para ele, a pior ditadura que poderia existir seria do
judiciário.
Por: Jovem Pan.
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