Nesta edição deixo estes spinas de minha autoria para apreciação dos leitores. Ótima leitura.
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Ronnaldo de Andrade. |
OLHANDO O HORIZONTE,
ENVELHECIA SONHANDO
Sentada à janela,
ela olhava alegre,
entregue ao amor.
saboreava sorridente o latente calor
que, sem conter-se, saltitava – qual
criancinha – no seu peito acolhedor.
Era amor; íntimos desejos; cortejos
de sonhos. Alimentava-se de amor!
O AMOR VIROU PESCA ESPORTIVA,
UM PASSATEMPO EM MUITAS MÃOS
Renilda bagunçou, infelizmente,
literalmente, Pai misericordioso,
imoderadamente, minha vidinha.
Parecendo peixe, mordi sua isca,
observei-me preso no seu anzol;
que grande ingenuidade a minha.
Ao distinguir-me nas suas mãos,
ela me descartou − por nadinha!
UM DIA DE SETEMBRO
Acordo outra vez
sozinho. Dia frio,
quase que gelado;
A cabeça pesada, coração acelerado.
Pela pequeníssima abertura da janela
estendo meu olhar triste, desanimado,
almejando avistar o futuro prematuro,
vejo somente: presente, o passando!
A POBREZA DA ALMA
Escravo do dinheiro,
Nunca o aproveitou:
Pereceu na miséria.
Temendo ser pobre outra vez,
Viveu como se fosse boia-fria
(Isso até parece uma pilhéria).
Era pobretão sendo um ricaço,
Sua ambição matou a matéria!
NO TEMPO
Árvore de folhagem
Bela, galhos longos,
Tronco bem robusto,
Enfeita o terreiro na primavera,
Cobre parte da tapera inóspita.
Firme, no seu mistério augusto,
Reverbera com eco de boniteza,
Enquanto eu me esvaio. Injusto!
Por: Ronnaldo de Andrade - Poeta e Professor, tem quatro livros publicados
e organizou quatro antologias de poemas SPINAS.
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