terça-feira, 4 de junho de 2024

'Ronnaldo de Andrade' spinas de minha autoria para apreciação dos leitores

Nesta edição deixo estes spinas de minha autoria para apreciação dos leitores. Ótima leitura.

Ronnaldo de Andrade.

OLHANDO O HORIZONTE,

ENVELHECIA SONHANDO


Sentada à janela,

ela olhava alegre,

entregue ao amor.


saboreava sorridente o latente calor

que, sem conter-se, saltitava – qual

criancinha – no seu peito acolhedor.

Era amor; íntimos desejos; cortejos

de sonhos. Alimentava-se de amor!


O AMOR VIROU PESCA ESPORTIVA,
UM PASSATEMPO EM MUITAS MÃOS


Renilda bagunçou, infelizmente,
literalmente, Pai misericordioso,
imoderadamente, minha vidinha.

Parecendo peixe, mordi sua isca,
observei-me preso no seu anzol;
que grande ingenuidade a minha.
Ao distinguir-me nas suas mãos,
ela me descartou − por nadinha!


UM DIA DE SETEMBRO

Acordo outra vez
sozinho. Dia frio,
quase que gelado;

A cabeça pesada, coração acelerado.
Pela pequeníssima abertura da janela
estendo meu olhar triste, desanimado,
almejando avistar o futuro prematuro,
vejo somente: presente, o passando!


A POBREZA DA ALMA

Escravo do dinheiro,
Nunca o aproveitou:
Pereceu na miséria.

Temendo ser pobre outra vez,
Viveu como se fosse boia-fria
(Isso até parece uma pilhéria).
Era pobretão sendo um ricaço,
Sua ambição matou a matéria!

NO TEMPO

Árvore de folhagem
Bela, galhos longos,
Tronco bem robusto,

Enfeita o terreiro na primavera,
Cobre parte da tapera inóspita.
Firme, no seu mistério augusto,
Reverbera com eco de boniteza, 
Enquanto eu me esvaio. Injusto!


Por: Ronnaldo de Andrade - Poeta e Professor, tem quatro livros publicados 
e organizou quatro antologias de poemas SPINAS.

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