João Galdino Neto. |
A vaquejada mais antiga do Brasil, realizada no Parque J.
Galdino, em Surubim, chega à impressionante marca de 87 anos de existência em
2024. Com uma história profundamente enraizada na cultura nordestina, o evento
tornou-se um dos mais importantes e aguardados do calendário de vaquejadas no
Brasil. A cada ano, a tradicional festa atrai milhares de vaqueiros, turistas e
admiradores de diferentes regiões, consolidando-se como uma celebração que
transcende gerações.
O organizador João Galdino Neto, neto do fundador da
vaquejada, Dão Galdino, está empenhado em tornar a edição de 2024 uma das mais
memoráveis de todos os tempos. A expectativa é de que, entre os dias 11 e 15 de
setembro, o Parque J. Galdino receba um grande número de competidores e
espectadores, em uma estrutura preparada para oferecer conforto e
entretenimento de qualidade para todos os presentes.
"Estamos cuidando de cada detalhe para que esta edição
da vaquejada seja inesquecível. O objetivo é fazer uma festa ainda mais bonita
e garantir que todos saiam mais satisfeitos do que nos anos anteriores. Para
nós, é uma honra e um orgulho enorme organizar a vaquejada mais antiga do
Brasil", destacou João Galdino Neto.
Um dos grandes atrativos desta edição é a premiação que
ultrapassa os R$ 500 mil, uma quantia que certamente atrairá vaqueiros de
várias partes do país, aumentando o nível da competição. A expectativa é de que
os melhores competidores da modalidade estejam presentes, tornando a disputa
ainda mais emocionante. A vaquejada, além de preservar a tradição nordestina,
tornou-se um evento esportivo de grande prestígio, com destaque no cenário
nacional.
O fundador da vaquejada, Dão Galdino, fez história nas
festas de gado no Brasil, sendo um dos pioneiros a organizar eventos desse
porte. Com uma visão à frente de seu tempo, Dão Galdino iniciou a vaquejada em
Surubim como uma celebração das habilidades dos vaqueiros locais, que
precisavam mostrar sua destreza no trato com o gado. O evento, que começou de
forma modesta, foi crescendo ao longo dos anos, passando a ser organizado pelos
filhos de Dão Galdino e, agora, pelos netos, que mantêm viva essa tradição quase
centenária.
Além das competições, a edição de 2024 contará com grandes
shows musicais, garantindo o entretenimento para todos os públicos. Entre as
atrações confirmadas estão Tarcísio do Acordeon, Zé Vaqueiro, Nattan e Núzio,
que prometem agitar as noites da vaquejada com muito forró e música sertaneja.
Os shows complementam a programação, tornando o evento ainda mais completo e
atraente para os que desejam vivenciar a festa em sua totalidade.
Ao longo de seus 87 anos, a vaquejada do Parque J. Galdino
tornou-se um símbolo de resistência e evolução da cultura sertaneja. O evento
não se limita apenas à competição de vaqueiros; ele também é um ponto de
encontro de famílias, amigos e amantes da cultura nordestina, que encontram na
festa um espaço de celebração e orgulho de suas raízes.
Além das competições de vaquejada, o evento oferece uma
programação diversificada, com feiras gastronômicas e exposições de produtos
locais, promovendo o desenvolvimento da economia e do turismo na região. A
festa é uma oportunidade para que o público vivencie o melhor da cultura
nordestina, desde as comidas típicas até a música e as tradições que fazem
parte do cotidiano sertanejo.
Para João Galdino Neto, a continuidade da vaquejada é um
compromisso com a memória de seu avô e com a história de Surubim. "Manter
viva essa tradição é uma responsabilidade que assumimos com muito carinho e
dedicação. Cada ano que passa, buscamos inovar e melhorar a festa, sem perder
de vista as raízes que nos trouxeram até aqui. A vaquejada faz parte da
identidade do povo nordestino, e é nossa missão garantir que essa cultura seja
preservada e celebrada", afirmou.
Com uma estrutura moderna, uma premiação atrativa e o
compromisso com a valorização das tradições, a edição de 2024 da vaquejada do
Parque J. Galdino tem tudo para ser uma das mais grandiosas já realizadas. O
evento, que começou com uma pequena festa de gado, hoje é uma das maiores e
mais respeitadas vaquejadas do Brasil, e a expectativa é que continue
crescendo, atraindo cada vez mais público e competidores de alto nível.
A vaquejada mais antiga do Brasil segue sua trajetória de
sucesso, representando um marco na história das festas de gado e reafirmando a
força da cultura nordestina no cenário nacional. Que os próximos anos sejam de
ainda mais prosperidade, e que a tradição da vaquejada siga passando de geração
em geração, mantendo viva a essência do sertão brasileiro.
ENTREVISTA
BLOG MALUMA MARQUES - João, o que significa para você e sua família continuar essa tradição de 87 anos de vaquejada no Parque J. Galdino?
JOÃO GALDINO NETO: Manter viva a tradição da vaquejada é o que dá sentido à nossa história. É um legado que começou com meus antepassados e que temos a honra de preservar. Para mim e minha família, é mais do que um evento; é uma forma de continuar conectando gerações, não só da nossa família, mas de todo o povo de Surubim, que sempre abraçou a vaquejada como parte da sua própria identidade.
BMM - Como você avalia a importância cultural da vaquejada para a cidade de Surubim e para o Nordeste como um todo?
JOÃO GALDINO NETO: A vaquejada de Surubim é um verdadeiro patrimônio cultural, tanto para a cidade quanto para o Nordeste. Ela carrega consigo uma riqueza histórica que talvez muitos não percebam em sua totalidade. Culturalmente, a vaquejada não só preserva uma tradição, mas também fortalece nossa identidade nordestina. O que precisamos é de mais investimentos e engajamento de diferentes setores para que esse legado cresça e se mantenha forte. Quando outras culturas se unem à vaquejada, só conseguimos engrandecê-la ainda mais.
BMM -A vaquejada no Parque J. Galdino tem um significado especial para os moradores da cidade. Como você vê o envolvimento da comunidade local no evento ao longo dos anos?
JOÃO GALDINO NETO: O apoio da comunidade de Surubim é algo pelo qual sou profundamente grato. Sempre digo que a vaquejada não pertence apenas à família Galdino, mas a todo o povo de Surubim. Eles acolhem os turistas como se fossem parte de suas próprias famílias e fazem do evento uma celebração coletiva. Esse envolvimento da comunidade é o que torna a vaquejada tão autêntica e especial, algo que vai além de uma simples festa e se transforma num símbolo de união.
BMM - Quais são as principais novidades que os visitantes podem esperar nesta edição da vaquejada?
JOÃO GALDINO NETO: Este ano, temos algumas novidades que vão surpreender o público. Na quinta-feira, teremos o X1 de vaquejada, juntamente com a Copa do projeto "Bleck to Bleck" do Xand Avião, que estará presente com o garanhão dele. Além disso, no sábado, teremos um leilão de cavalos da raça quarto de milha, o que promete atrair muitos interessados. E na sexta, um show beneficente com Luan Estilizado, Juciê e Renata Falcão, onde a entrada será 1 kg de alimento para doação a famílias carentes. É uma ação solidária que repetimos com orgulho todos os anos.
BMM - Como foi o processo de organização deste ano, especialmente com a inclusão de grandes artistas como Tarcísio do Acordeon, Nattan, Zé Vaqueiro e Núzio?
JOÃO GALDINO NETO: Não foi fácil montar essa grade de artistas, especialmente porque eles estão muito requisitados no momento. Mas conseguimos reunir grandes nomes e formar uma programação de alto nível. O Núzio, que tem um estilo semelhante ao de Henri Freitas, vai trazer muita energia. Nattan é um fenômeno, e Tarcísio do Acordeon e Zé Vaqueiro são praticamente sinônimos de vaquejada. Estamos muito satisfeitos com o resultado e acreditamos que o público vai curtir bastante.
BMM - A vaquejada também é conhecida por sua importância econômica. Quais são as suas expectativas para o impacto financeiro deste evento na região?
JOÃO GALDINO NETO: A vaquejada de Surubim movimenta a economia da cidade de uma forma muito significativa. Costumamos comparar seu impacto ao das grandes festas de fim de ano, como o Natal e o Réveillon. É uma das datas mais aguardadas pelo comércio local, pois gera empregos, movimenta o turismo e dinamiza o setor de serviços. Nossa expectativa é que, mais uma vez, o evento traga um forte impulso econômico para a região.
BMM -Você pode compartilhar alguma lembrança ou história marcante de edições anteriores da vaquejada?
JOÃO GALDINO NETO: Um dos momentos mais inesquecíveis foi em 2000, quando Zezé Di Camargo e Luciano se apresentaram pela primeira vez em Surubim. A cidade estava em festa, e foi algo que marcou muito. Outro episódio emocionante foi a homenagem que fizemos ao saudoso Eduardo Campos. A energia daquele momento, com as arquibancadas lotadas e a emoção no rosto das pessoas, foi algo que ficará para sempre na memória da vaquejada.
BMM -Como você enxerga o futuro da vaquejada no Parque J. Galdino e quais são seus planos para manter essa tradição viva nas próximas gerações?
JOÃO GALDINO NETO: Manter essa tradição não é fácil, especialmente com os desafios financeiros e a burocracia crescente. No entanto, acreditamos no poder cultural da vaquejada e no impacto que ela tem no município, no estado e até no Brasil. Para o futuro, queremos ampliar ainda mais essa tradição e temos planos, como a criação de um museu dentro do parque, que permitiria aos turistas conhecerem melhor a história da vaquejada. Mas, para isso, precisamos de apoio. Sozinhos, não conseguiremos levar adiante todos esses projetos, mas estamos determinados a preservar essa tradição.
BMM - O que o público pode esperar em termos de estrutura e conforto durante o evento deste ano?
JOÃO GALDINO NETO: Temos trabalhado muito para melhorar a cada ano. Em 2023, já ampliamos a estrutura, com uma praça de alimentação climatizada e segurança reforçada, e neste ano não será diferente. Queremos que o público tenha a melhor experiência possível, tanto em termos de conforto quanto de segurança. Estamos empenhados em oferecer o que há de melhor para os visitantes.
BMM - Na sua opinião, qual é o segredo para manter um evento como a vaquejada relevante e atraente por tantos anos?
JOÃO GALDINO NETO: O segredo está no amor e no respeito pela
tradição. Fazer uma vaquejada não é apenas organizar um evento, é manter viva
uma história, uma cultura que vem de gerações. Enquanto tivermos essa paixão e
esse compromisso com as nossas raízes, a vaquejada continuará sendo relevante.
É isso que move a gente, é isso que move a Família Galdino e todos que amam
essa tradição.
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