COZINHA de “A” a “Z” LETRA “A” Sopa de Alface

Arlinda Lamêgo.

Já casada, não sabia fritar ovo, arroz, fritar bife. Decidi dar um jantar no meu ap. quarto e sala. Ao descer do ônibus, vi um fascículo na banca de revista,: Letra A, coleção da Editora Abril Cultural, do editor Victor Civita. Em francês: “Tout à Vous-La Cuisune de A à Z”, 1968- “Femmes Aujourd’hui”. No Brasil, “COZINHA DE A a Z”, 1972.  

Em pânico, via as receitas, nada sabia fazer.  As primeiras eram com abacate. Para uma nordestina como eu, era impensável e estranho acompanhar bifes e rosbifes, carne assada ou peixe com abacate. Ou fazer coquetéis e aperitivos, entrada, sobremesa, sorvete, lanche ou saladas. Eu até sabia fazer uma salada de alface, mas torta ou carne, nem pensar.  Surpresa:  abacate acompanhava tudo: lagosta, siri, vitela, acém, lombo.  O capítulo sobre sopa me chamou a atenção:  sopa, nem sabia o que era agrião, nem aipo.

 Após abacate, vinha abacaxi. É, eu, com um abacaxi nas mãos, via receitas de lombo, pato, presunto, camarão, pavê, salada de frutas. Depois, abóbora na moranga, que desconhecia. Abobrinha com salsichas, gratinada, recheada, salada, sopa. Piorou nas receitas com acelga, açafrão ou açorda. alcachofra, nem alecrim. Não conhecia nada.

Já se conhecia alface desde a antiguidade e era sagrada aos hebreus.  Hipócrates a indicava como calmante e Galeno a comia antes de dormir. Qualquer uma, fosse repolhuda, crespa, romana, com propriedades refrescantes, depurativa, levemente laxativa, com vitaminas A, B, C, ferro manganês, alumínio, cobre, iodo. Um caminhão de alface pode ser a solução para emagrecer. No livro, há receitas de Alface gratinada, recheada, com camarão, embutidos, saladas, com ovos. Decidi a “sopa de alface”. Disseram que gostaram, acho que pra agradar a menina de 20 anos. Olhavam um para o outro, e como a dizer: sopa de alface!!! 

Eis a receita: 20 minutos, para 4 pessoas.

Dois pés de alface, 1 cebola ralada, 4 c.  de manteiga, caldo de carne ou galinha (melhor fazer o seu), 4 xic.  de água fervente, 2 c. f. trigo, 3 xic. de leite quente, 2 gemas.. 

Refogar a alface picada na manteiga, colocar a água. Dourar a farinha   no resto da manteiga, adicionar o leite quente, cuidar para não empelotar. Desmanchar as gemas no leite, misturar ao molho branco e despejar o molho no caldo, sem ferver. 

Servir quente, com cubos de pão torrado na manteiga. Pode substituir   o molho branco por uma lata de creme de leite e colocar cenoura picada ao   refogar a cebola. 

P.S. A receita está na minha coleção : Cozinha de A  a Z.

Por: Arlinda Lamêgo - Recifense, Médica, Escritora e Poeta.