Lula prestou depoimento por mais de três horas em uma sala
no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo
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No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que
considera um "espetáculo midiático"
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Operação
Aletheia, ápice da Lava Jato, afirmou que se sentiu "prisioneiro hoje".
Na manhã desta sexta-feira (4), o petista foi conduzido coercitivamente -
quando o investigado é levado para depor e liberado - pela Polícia Federal.
Lula prestou depoimento por mais de três horas em uma sala no Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo.
"A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã
terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se
são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo
uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro", declarou Lula em
entrevista coletiva na sede do PT.
No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que
considera um "espetáculo midiático" e disse que "hoje quem
condena as pessoas são as manchetes".
"Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro,
apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a
jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como
sempre esteve", afirmou.
Lula disse que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato,
poderia tê-lo intimado. "Poderia ter mandado um comunicado. ‘Ô seu Luiz
Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba?’ Eu gosto de Curitiba, eu poderia
ir lá em Curitiba. Assim me facilitava, não precisava pagar uma passagem para
ir a Curitiba. Poderia me convidar em Brasília. Eu ia", disse.
"Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já
passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento,
guardar mágoa, mas não pode continuar assim."
Para a Procuradoria, "há evidências de que o
ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da
destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da
entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por
transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por
empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
"Eu acho que eu merecia um pouco mais de respeito neste
País."
Por: Jornal do Commercio.
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