Advogados do ex-presidente alegam haver "desafio à
autoridade" da ministra Rosa Weber nas diligências em curso
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Na semana passada, o ex-presidente entrou no Supremo com uma
ação para suspender os processos
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula |
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
protocolou na manhã desta sexta-feira (4) um pedido no Supremo Tribunal Federal
(STF) para que seja suspensa, em caráter liminar (provisório), a nova fase da
Operação Lava Jato. A nova etapa culminou na condução coercitiva de Lula para
depor por haver "evidências" de que o ex-presidente se beneficiou do
esquema de corrupção na Petrobras.
Os advogados do ex-presidente alegam haver "desafio à
autoridade" da ministra Rosa Weber nas diligências em curso desde a manhã
desta quinta-feira. A ministra é relatora em uma ação de Lula para suspender os
processos investigatórios conduzidos contra ele, mas ainda não emitiu nenhuma decisão
sobre o caso. "O desafio à autoridade da Corte Suprema é tão evidente que
dispensa qualquer consideração", afirmam os advogados do ex-presidente no
ofício.
"O ritmo acelerado dos acontecimentos, justamente no
momento em que o requerimento do suscitante (Lula) encontrava-se concluso a
Vossa Excelência (Rosa Weber), é mesmo sugestivo de uma concertação. Por que a
execução dessas diligências não poderia aguardar 10 dias?", questionam os
advogados no documento.
Na semana passada, o ex-presidente entrou no Supremo com uma
ação para suspender os processos investigatórios contra ele que estão sendo
conduzidos pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e pelo Ministério Público
de São Paulo. As investigações se referem à obtenção de vantagens ilícitas por
Lula que teriam se materializado nos imóveis de Atibaia e do Guarujá, em São
Paulo.
A defesa do ex-presidente alega no Supremo a
inadmissibilidade de dois procedimentos investigatórios contra ele instaurados
em instâncias diferentes, o que é contra a lei. A força-tarefa da Lava Jato, no
entanto, enviou à ministra Rosa esclarecimentos afirmando que as investigações
do MPF são diferentes das conduzidas pelo MP-SP.
Lula foi conduzido para depor na manhã de hoje porque,
segundo o MPF, há "evidências" de que ele recebeu valores desviados
da Petrobras. De acordo com os procuradores, são pelo menos R$ 4,5 milhões em
lavagem de dinheiro por meio do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e do tríplex
164-A, no Guarujá.
Por: Jornal do Commercio.
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