Muito prestigiado o lançamento do livro “Poeiras de Saudade”
da escritora, artista plástica e poeta Antônia Campos. O lançamento na UBE, dia
25/10 às 18:00 h e finalizando às 23:00 h. Teve o prefácio de Melchiades, o posfácio
de Ariadne Quintella, a 1ª orelha de Lourdes Nicácio e a segunda orelha foi
dedicada a Lourdes Sarmento por ela ter sido a portadora do reencontro de uma
amiga Glória Maria nascimento.
A Design foi Kika Domingues e a impressão da Luciart’s e
revisão de Ariadne Quintella.
POSFÁCIO
Por: Ariadne Quintella.
Tive
o privilégio de ler os originais de “Poeiras de Saudade”, livro da escritora,
poeta e artista plástica Antônia Campos e pude sentir que, em certas
circunstâncias, a arte imita a vida. Mas, em se tratando de uma mulher tão
brilhante, não há imitações – as duas, arte e vida, caminham de mãos dadas com a
autora e se dão muito bem, debruçadas sobre o muro do tempo. Apesar de, em
determinados momentos, a autora relegar o passado, por entender que o “hoje”
fala de amor, neste particular seguimos a orientação do sociólogo Gilberto
Freyre quando assinala que o tempo tríbio – presente, passado e futuro –
interage.
Irrequieta,
alegre e atenta às mudanças que acontecem neste Planeta chamado Terra, também
conhecido por Aldeia Global, Antônia Campos não vacila ao dizer em determinados
momentos que para falar de amor não há prazo determinado – vida e amor compõem
a mesma molécula e assim unidos crescem, motivam comentários, até o dia em que
a vida sinaliza que a caminhada está chegando ao fim. Mas a regra, diga-se de
passagem, não é geral, e quantas vezes o amor morre primeiro!
Na
encruzilhada da vida observa a escritora que o “ontem” é passado e por isso não
chega a lugar algum, com isso manifestando um quê de pessimismo, numa atitude
até certo ponto estranha a sua maneira de ser e de agir, sem vacilar, a caminho
das decisões.
Observa-se
que em nenhum momento Antônia Campos disfarçou seu talento de mestra aplicada,
responsável pela formação de gerações, posto que sempre teve armazenados no
coração e na mente toda uma cultura
literária e artística a oferecer, transmitir, passar às crianças e jovens que
em diferentes etapas estiveram sob sua guarda e responsabilidade,
transmitindo-lhes – vale a pena repetir – o aprendizado necessário à formação
do futuro cidadão: cultura, boas maneiras, hábitos salutares.
Porém
ela, como autora, numa linguagem tão rica em símbolos e metáforas, não se
descurou em “Poeiras de Saudade” em dar vazão aos contos, crônicas e poemas,
estes cingidos à métrica e com o selo de sua sensibilidade artística. A devoção
à natureza é manifestada em seu texto, nas águas dos rios que descreve, o São
Francisco e o Capibaribe, nos pássaros, na célula mater da sociedade
representada pela família que plasmou o corpo desta alagoana de boa cepa e
contribuiu para a formação de sua mente tão inclinada para o bem.
Nada
porém estaria completo sem esse toque mágico das lembranças trazidas pelos
ventos sobre os tempos vividos, infância e adolescência no Estado das Alagoas,
até o dia em que disse adeus e ao lado
dos pais caminhou para o Estado de Pernambuco onde ainda hoje permanece.
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