Gilmar Mendes, do STF, fez uma representação contra o parlamentar, após ser acusado de vender sentenças
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© Ueslei Marcelino / Reuters
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Um ofício do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Gilmar Mendes pedindo "providências" em relação a declarações do
senador Jorge Kajuru (PSB-GO) teve repercussão negativa no Plenário do Senado
nesta terça-feira (19).
Em uma entrevista à Rádio Bandeirantes no domingo (17),
Kajuru afirma querer saber como o ministro "tem R$ 20 milhões de
patrimônio". "De onde você tirou esse patrimônio? De Mega Sena? De
herança de quem você tirou, Gilmar Mendes? Foram das sentenças que você vendeu,
seu canalha!"
Vários senadores se solidarizaram com Kajuru, que voltou a
criticar o ministro do Supremo e classificou o ofício como um “atestado de
idoneidade”. O caso foi citado em pronunciamentos que cobraram a instalação da
CPI dos Tribunais Superiores. As informações são da Agência Senado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, defendeu equilíbrio
e respeito entre os Poderes da República, mas manifestou solidariedade a
Kajuru. O presidente da Casa destacou o art. 53 da Constituição, segundo o qual
"os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos".
Em agradecimento às palavras de apoio do senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), que, apesar de não endossar os termos usados por Kajuru,
defendeu suas prerrogativas, o parlamentar reiterou que a Constituição defende
o direito de expressão dos parlamentares. Kajuru também citou a ocasião em que,
durante julgamento do Supremo, Gilmar chamou um procurador de “gângster”:
"Ele [Gilmar] tem esse direito e eu não tenho direito
de usar um adjetivo contra ele?", indagou.
Kajuru desafiou os institutos de pesquisa a apurar o que o
povo brasileiro pensa de Gilmar Mendes: segundo ele, 100% da população
acompanhariam sua opinião negativa sobre Gilmar.
"Ser processado dessa forma por um homem da mínima
estatura moral de Gilmar Mendes é um atestado de idoneidade", disse o
senador.
Em ofício ao presidente do STF, Dias Toffoli, Gilmar Mendes
solicitou “providências que entender cabíveis” diante de declarações de Kajuru,
repercutidas nas redes sociais.
"Caixa-preta"
Dizendo que Brasil precisa de segurança jurídica, a senadora
Selma Arruda (PSL-MT) pediu abertura da “caixa-preta” do Poder Judiciário. Ela
ressalvou que a CPI dos Tribunais Superiores não seria contra instituições, mas
contra elementos que extrapolam de sua competência legal. Selma entende que a
maioria dos magistrados tem vergonha do que se tornou o STF.
"Há pessoas que merecem nosso respeito, mas outras
precisam ser freadas em sua conduta inadequada", declarou.
Jorge Kajuru ainda recebeu a solidariedade dos senadores
Reguffe (sem partido-DF), Arolde de Oliveira (PSD-RJ), Lasier Martins
(Pode-RS), Eduardo Girão (Pode-CE), Vanderlan Cardoso (PP-GO), Esperidião Amin
(PP-SC) e Soraya Thronicke (PSL-MS). Nem todos, porém, apoiaram a criação da
CPI dos Tribunais Superiores: Esperidião Amin, Arolde de Oliveira e Vanderlan,
por exemplo, não a endossaram.
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE), que apresentou o
requerimento para a criação da CPI, também manifestou apoio a Kajuru. E Lasier
Martins pediu à Mesa do Senado que dê andamento aos pedidos de impeachment de
ministros do Supremo, em especial o apresentado pelo jurista Modesto Carvalhosa
contra o próprio Gilmar Mendes.
Por: Notícias ao Minuto.
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