Diretor da AbriLivre explica a influência do aumento da gasolina e diesel e ensina ‘fórmula mágica’ para escolher o melhor combustível na hora de abastecer
Diretor também falou sobre quais pontos os consumidores
devem avaliar ao escolher um local para abastecer |
Os aumentos consecutivos nos preços da gasolina e diesel,
causados pelos reajustes da Petrobras, também eleva os valores do etanol.
Embora o combustível não esteja relacionado ao petróleo e não seja influenciado
por suas oscilações, há uma relação direta entre os aumentos, explica o
economista e diretor executivo da Associação de Postos de Combustíveis, Rodrigo
Zingales. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, neste domingo,
16, ele pontuou os principais motivos que causam o aumento nas bombas, como o
monopólio do mercado e a falta de regulamentação da venda direta das refinarias
aos postos. “Quando eleva o preço da gasolina e diesel acaba puxado o preço do
etanol, porque o etanol e a gasolina são hoje praticamente substitutos
perfeitos. Apesar a ANP ter resolvido a venda direta, o Executivo vetou o
artigo que permitia. Então o que acontece é que acaba tendo um pedágio das
distribuidoras, que determinam o preço da gasolina e do etanol”, esclareceu.
Para que a situação seja revertida, Zingales entende que é
preciso medidas governamentais. Ele entende que a responsabilidade sobre a
precificação do etanol é compartilhada entre o governo federal, os governadores
e as distribuidoras. “Apesar da alíquota do ICMS não ter sido alterada na
maioria dos Estados, o preço da gasolina quando aumentou acabou elevando o
valor do tributo em termos absolutos. Quando o combustível estava na faixa de
R$ 3, o valor do ICMS era em torno de R$ 0,80. Quando aumentou para R$ 5,20 o
etanol, esse valor absoluto acabou dobrando e o Estado passou a arrecadar mais,
ainda que não tenha alterado o valor da alíquota. Então o Estado tem
responsabilidade [no preço], porque ele poderia reduzir o valor da alíquota na
bomba”, explicou.
“Em relação ao governo federal, as intervenções na política
de preços da Petrobras poderia ter feito baixar o valor do diesel e da
gasolina, e o etanol também diminuiria porque há uma substituição entre etanol
e gasolina. E as distribuidoras vem controlando esses preços exatamente porque
a venda direta ainda é incipiente”, acrescentou Rodrigo Zingales, que não vê a
privatização da estatal como solução única. “Tem que fazer mudança estrutural
em toda cadeia. Você privatizar simplesmente vai transferir o monopólio estatal
para regionais e privados”, completou.
Por: Jovem Pan.
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