Delegado da Polícia Federal disse que ex-presidente resistiu
antes de aceitar acompanhar os policiais
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Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas |
Ministério Público, Polícia Federal e defensores do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltaram a trocar acusações no domingo
(6/3) sobre supostos excessos da Operação Alethéia, que levou o petista de casa
para depor, na semana passada. Em reposta ao juiz responsável pela Lava-Jato no
Paraná, Sérgio Moro, o delegado da Polícia Federal Luciano Flores, que conduziu
o petista para prestar depoimento, informou ao juiz Sérgio Moro que não
precisou cumprir o mandato de condução coercitiva. A defesa do petista, no
entanto, voltou a atacar a Operação da última sexta-feira e chamou de
“ilegalidade” as determinações expedidas por Moro.
Segundo o delegado Flores, em um primeiro momento, Lula
chegou a dizer que só sairia de casa para depor algemado. E que, se quisessem,
“teriam de colher o depoimento ali”. O policial informou que isso não seria
possível por questões de segurança e que, se Lula não aceitasse acompanhá-lo,
teria de cumprir o mandado de condução. “Logo depois de ouvir as orientações do
referido advogado, o ex-presidente disse que trocaria de roupa e que nos
acompanharia para prestar as declarações”, relatou.
Os advogados de Lula, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin
Martins, por sua vez, divulgaram nota acusando a força-tarefa de ilegalidades.
No sábado, os procuradores disseram que a operação já fizera 116 conduções
coercitivas e que apenas no caso do ex-presidente houve queixas. “O fato de a
Operação Lava-Jato já ter emitido 117 mandados de condução coercitiva não tem o
condão de legitimar a ilegalidade agora praticada contra o ex-presidente Lula,
mas, ao contrário, serve de alerta para tantas outras arbitrariedades que
poderão já ter sido praticadas nessa operação”, disseram os defensores do
ex-presidente.
Eles também rebateram a alegação dos procuradores de que há
uma tentativa de se criar uma cortina de fumaça ao levantar o debate. “Houve, inegavelmente,
grave atentado à liberdade de locomoção de um ex-presidente da República, sem
qualquer base legal. A tentativa de vincular Lula a “esquema de formação de
cartel e corrupção da Petrobras, apenas atende a um anseio pessoal das
autoridades envolvidas na operação, além de configurar infração de dever
funcional”.
Por: Diário de Pernambuco.
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