Média semanal de registros de casos graves de gripe teve alta de 50% nas últimas três semanas. Seis mortes foram confirmadas no Estado neste ano
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Secretaria de Saúde reforça que o grupo prioritário deve
buscar os postos de saúde o quanto antes
Foto: Anderson Stevens
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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) emitiu um alerta para
todos os municípios sobre o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG), provocadas pela gripe, nas três últimas semanas. A média semanal
de notificações desses quadros saltou de 50 para 75, ou seja, um incremento de
50% - dados que recomendam às cidades reforço nas ações preventivas contra a
influenza. Apesar de em números absolutos os casos de SRAG ainda serem menores
que 2017, a pasta destacou que o momento é de atenção redobrada para as gripes
fortes, visto que a partir de agora o cenário fica ainda mais favorável para a
explosão dos vírus respiratórios.
O Estado já contabiliza 27 mortes pela síndrome, sendo seis
já confirmadas - um incremento de 100% dos óbitos confirmados em relação ao
último boletim do dia 28 de abril da gripe. Dessas, cinco mortes foram
relacionadas ao H1N1 e uma ao vírus H3N2 (a primeira do ano). Entre as vítimas
estão duas crianças, sendo uma de 1 mês e uma de 9 anos. Os demais pacientes
tinham 17, 41, 45 e 75 anos.
A gerente de Controle de Doenças Imunopreveníveis da SES,
Ana Antunes, comentou que o governo, após a análise de dados entre os dias 15
de abril e 5 de maio deste ano, verificou não só o incremento de casos de gripe
como uma maior gravidade dos pacientes. Foi diante deste cenário, que a SES
achou prudente enviar para as cidades o alerta. “Estamos lançando para o Estado
todo até porque as doenças respiratórias têm uma facilidade grande de
disseminação. Reforço que os vírus circulando agora são sazonais, ou seja, já
circularam em outros momentos. Quando a gente fala em alerta contra a gripe não
é para gerar pânico. Mas é uma situação de maior cuidado para influenza, como
reforço nas medidas preventivas, especialmente a vacina”, disse a gerente.
Ela comentou ainda que os municípios que já vem verificando
ocorrência de SRAG devem permanecer atentos e aqueles onde a doença parece
silenciada devem apurar se pode estar havendo subnotificação. É obrigatória a
comunicação de SRAG as autoridades de saúde, assim como o tratamento com a
medicação oseltamivir. Segundo a SES, uma remessa extra da medicação já chegou
e os estoques da droga estão completos. Pessoas que possuem fatores de risco
para o agravamento que apresentarem sintomas de síndrome gripal também devem utilizar
essa medicação.
Além da confirmação de aumento de síndrome respiratória
aguda grave nas últimas três semanas, o balanço das influenzas também aponta
que houve alta na comparação entre os períodos janeiro até 28 de abril e
janeiro até 5 de maio. Neste recorte, em sete dias houve incremento de 31,4%
nos casos gerais de SRAG, 57,1% de SRAG por H1N1 e 10% de SRAG por H3N2. Sobre
as síndromes gripais (quadros leves e sem necessidade de internamento), até o
momento as quatro unidades sentinela atenderam 12.245 pacientes, sendo, desse
total, 23 confirmados de H1N1, 12 de influenza H3N2, 1 de influenza B e 1 de
vírus sincicial respiratório (VSR).
Como a imunização contra a gripe é uma das principais armas
contra os quadros graves nos grupos vulneráveis, a SES reforça que a
população-alvo busque os postos de saúde. Até agora, 49,4% do total do público
em Pernambuco tomou a dose. A meta é imunizar, no mínimo, 90% desse
contingente. De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações
(PNI) Ana Catarina de Melo, as crianças até 5 anos estão com o menor percentual
de vacinação, apenas 39,5%. As puérperas (mulheres em pós-parto) e os
trabalhadores de saúde são os grupos prioritários com as maiores coberturas
vacinais, 68,1% e 60,9%, respectivamente. A campanha vacinal segue até 1ª de
junho.
Por: Folha PE.
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