Durante pouco mais de uma hora, índios e quilombolas bloquearam uma das faixas da Esplanada dos Ministérios, avenida que fica entre o Planalto e o Congresso Nacional, a espera de uma resposta do governo sobre as reivindicações
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Indígenas e quilombolas de todo o Brasil fazem manifestação
em frente ao Palácio do Planalto para reivindicar políticas públicas de acesso
ao ensino superior
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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Um grupo de indígenas e quilombolas fez um protesto nesta
terça-feira (19) em frente ao Palácio do Planalto contra cortes à assistência
estudantil e pela garantia permanente de liberação de bolsas universitárias.
Classificando a demora na concessão da bolsa permanência, que para 2018 só foi
autorizada na semana passada, cerca de 150 jovens de diferentes etnias se
revezaram em danças típicas e cantos de protesto.
Durante pouco mais de uma hora, eles bloquearam uma das
faixas da Esplanada dos Ministérios, avenida que fica entre o Planalto e o
Congresso Nacional, a espera de uma resposta do governo sobre as
reivindicações. Segundo eles, as negociações anteriores com o Ministério da
Educação não surtiram o efeito desejado, apesar da autorização de 2,5 mil
bolsas de estudos para o segundo semestre deste ano. Eles argumentam que a
demanda anual é de 5 mil vagas e que as bolsas liberadas terão repasse somente
no prazo de dois meses.
A estudante de química Roseli Batalha Braga, da Universidade
Federal de São Carlos (Ufscar), pertence à etnia Omágua/Kambeba, que fica no
município São Paulo de Olivença (AM), no Alto Solimões. "Hoje em dia tem
42 etnias estudando na Ufscar. Entraram 76 estudantes este ano e até agora o
ministro não tinha liberado as bolsas permanências que auxiliam os estudantes
nas universidades", afirmou.
Segundo ela, os estudantes protestam também contra a
possibilidade de o Plano Nacional de Assistência Estudantil passar a ser
administrado pelo Ministério da Educação, e não por cada centro universitário.
"Isso não pode acontecer. Lutamos para continuar essa gestão nas
universidades", disse Roseli,
Para Joane Santos, estudante de Filosofia da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia, outra demanda dos estudantes é para que a forma
de repasse das bolsas seja garantida por meio de uma legislação que não dependa
de portarias periódicas. "A gente não quer ter que se deslocar até
Brasília todos os semestres para se preocupar com nossa permanência na
universidade. Estamos lutando para ter visibilidade e para que eles não
esqueçam que estamos aqui não para pedir um favor, e sim reivindicando uma
coisa que é nossa", disse.
O Palácio do Planalto e o MEC ainda não se manifestaram
sobre o protesto.
Por: Folha PE.
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