Prévia da taxa divulgada na última terça-feira pelo IBGE aponta redução de preços em diversos segmentos, como combustíveis e alimentos
O Brasil vai registrar taxa negativa da inflação, a chamada
deflação, por dois meses consecutivos. O ICPA-15, que é a prévia da taxa,
divulgado na última terça-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontou que a deflação deve girar em torno de -0,37% neste
mês, após já ter ficado negativa em agosto. A queda foi ancorada basicamente
pela redução dos preços dos combustíveis, nas contas das operadoras de
telefonia, em razão do teto do ICMS estabelecido pelo governo, e por causa de
uma queda importante nos preços dos alimentos. O economista do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas André Braz acredita que a
inflação do ano vai ficar cada vez mais próxima do teto da meta, que é de 5%:
“A boa notícia desse IPCA-15 é que essa queda não ficou contida apenas no grupo
de transportes. A gasolina teve uma participação muito importante nessa
perspectiva de setembro, mas o grupo alimentação também trouxe uma notícia
importante. A taxa do grupo ficou negativa e isso mostra que alimentos da cesta
básica estão caindo de preço. Arroz e feijão ficaram negativos, carnes ficaram
com os números negativos, vários itens importantes caíram de preço. E isso
também contribuiu para essa deflação de -0,37% em setembro. O IPCA do mês pode
ficar em torno de -0,30% em setembro”, opina. O ICPA oficial de setembro será
divulgado na próxima semana.
O professor e economista Ruy Quintans avalia a perspectiva
de nova deflação em setembro: “O IPCA-15, que é apurado entre o dia 16 do mês
anterior e o dia 15 do mês de referência é uma espécie de prévia do IPCA
mensal. Portanto, é bastante provável que tenhamos ainda uma perspectiva de
queda na divulgação do IPCA do mês de setembro e uma influência significativa
no curto prazo, até o final do ano de 2022”. A queda nos preços dos alimentos é
importante, principalmente para as famílias mais pobres, que utilizam a maior
parte do orçamento com esse tipo de gasto, segundo o professor do Ibmec
Gilberto Braga. “De maneira simbólica e representativa, houve a redução do
preço dos alimentos, o que é muito importante para a população de baixa renda.
Por outro lado, o item que mais caiu de preço foi o leite longa vida, que é
também um refresco. Apesar da queda no preço do leite, ele ainda acumula ao
longo de 12 meses mais de 50% de aumento, o que é muito para uma população que
depende do produto como fonte alimentar”, explica.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
Por: Jovem Pan.
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