Manifestação pró-governo reuniu 6 mil pessoas no Recife, segundo a Policia Militar

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Os manifestantes seguiram da Praça do Derby até a Praça da Independência. Os organizadores estimam mais de 90 mil participantes

Representantes de sindicatos e movimentos sociais participaram da manifestação no Centro do Recife. Foto: Rafael Martins/Esp.DP
Milhares de pessoas voltaram a ocupar as ruas do Recife nesta quinta-feira (31) para defender a democracia brasileira e a permanência da presidente Dilma Rousseff (PT) na presidência da República. Segundo estimativa da Polícia Militar, o ato reuniu 6 mil pessoas; os organizadores, por sua vez, calcularam mais de 90 mil participantes. A manifestação durou cerca de duas horas e meia, contando com a participação de entidades sindicais e movimentos sociais.

A concentração teve início às 15h, na praça do Derby. Assim como aconteceu no protesto do último dia 18, os participantes seguiram em passeata pela avenida Conde da Boa Vista até a Praça da Independência. Durante a caminhada, que durou pouco mais de duas horas, os manifestantes entoavam gritos de “não vai ter golpe” e “Cunha cai, Dilma fica”, em referência  ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Também não faltaram cartazes em apoio a Dilma  e ao ex-presidente Lula. Além das críticas a Eduardo Cunha, os participantes também dirigiram suas queixas ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato e aos deputados federais que são favoráveis ao impeachment. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), que rompeu oficialmente com o governo na última terça-feira, também foi alvo das críticas.

O artista plástico Marcelo Figueiredo levou uma imagem de Temer vestindo a faixa presidencial. Nela, era possível ler o nome “golpista”. “O desenho já diz tudo. O cara quer o poder a partir do golpe. Isso é imoral”, comentou. Ele destacou, ainda, que o que está em jogo não é o futuro de um partido, mas sim a defesa de democracia nacional.

Estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) levaram 30 cartazes onde estavam estampados silhuetas de pessoas, com o nome de cada uma, a profissão e o ano de morte. A ideia do grupo, formado por alunos e professores de diversos cursos da instituição, foi lembrar das vítimas do regime ditatorial, que teve início há exatamente 52 anos.

Presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, destacou que a sociedade está “tomando para si as  defesa daquilo em que acredita”. “Ela (a sociedade) não precisa mais ser convocada por lideranças ou por partidos”, disse. Vice-presidente da CUT em Pernambuco, Paulo Rocha destacou que a expectativa era de que protesto fosse menor. “ A ideia era um ato simbólico, mas como muitas pessoas confirmaram presença de maneira espontânea, resolvemos mudar o ato para a Praça do Derby”, disse.

Em seu discurso, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) afirmou que há muitas semelhanças entre o atual contexto político e 1964, ano em que o regime militar teve início no Brasil. Ela ainda destacou que, desde 2003 (primeiro ano de mandato do ex-presidente Lula), grupos que antes eram excluídos socialmente (mulheres, negros, índios, LGBTs entre outros) começaram a ser “protagonistas da cena política”.

A petista também disse que o governo deveria “aproveitar a oportunidade” criada pela saída do PMDB da base. “Espero que o governo tenha sensibilidade para o que nós estamos dizendo nas ruas, aproveite e dê uma guinada nos rumos da política econômica. Espero que eles aproveitem essa vacância. Não aceitamos devolução”.

Os psolistas Edilson Silva (deputado estadual) e Albanise Pires (presidente do partido em Pernambuco) também marcaram presença. Em seus discursos, eles deixaram claro que, apesar de serem oposição ao PT em âmbito nacional, estavam presentes no ato como uma forma de defesa da democracia. “Se a presidente Dilma cair por conta das pedaladas fiscais, então vou abrir um pedido de impeachment contra o governador Paulo Câmara (PSB) também, porque 16 governadores do país também pedalaram”, declarou Edilson.

O clima foi tranquilo durante todo o ato. A manifestação foi apoiada por alguns moradores da Boa Vista, que jogaram papeis picados de suas janelas durante a passagem da passeata. O trânsito, no entanto, ficou complicado, e algumas pessoas precisaram descer dos ônibus e seguir à pé. O ato teve fim por volta das 20h30. Além do Recife, houve manifestações em Petrolina e Floresta, no Sertão; em Caruaru e Garanhuns, no Agreste; e em Jaboatão e Moreno, na Região Metropolitana.
Por: Diario de Pernambuco.


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