VIDA NOVA ALFABETIZADA

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Projeto torna mais produtivo os trabalhadores da Ceasa-PE que aprendem a ler e escrever.

Professora Valderice Barros.

Natural de Lajedo, cidade do Agreste pernambucano, a comerciante Valderice Barros passou parte da sua vida em São Bento do Uma, também no Agreste, município considerado um dos maiores produtores de ovos do Estado. Sua família está desde 1972 no ramo de produção e comercialização de ovos.

Mas uma das grandes realizações da comerciante é o trabalho que ela exerce para alfabetizar adultos na Ceasa Pernambuco. O Projeto Vida Nova Alfabetizada foi lançado em 2002 e de lá para cá já alfabetizou diversos funcionários que trabalham no entreposto. “São pessoas que por alguma razão não puderam estudar. Tiveram que trabalhar muito cedo e cresceram sem aprender a ler e a escrever”, diz dona Val (como é conhecida), que além de ensinar assume também a coordenação do projeto.

Formada em pedagogia, a comerciante e professora ensinou em escolas públicas e, ainda em São Bento do Una, já trabalhava com alfabetização de adultos em uma igreja presbiteriana da cidade. Mesmo depois de aposentada, ela não abandonou a sala de aula. “Todos os dias acordo cedinho e sigo para o entreposto. No horário do almoço, encontro-me com meus alunos na sede da Assucere, que é a Associação dos Usuários e Comerciantes da Ceasa, para ensiná-los a ler e a escrever. Faço isso com um prazer imensurável”.

Dona Val utiliza um método avançado de ensino, que traz a realidade do aluno para dentro da sala de aula. “O aprendizado vai fazendo com que eles se tornem mais sociáveis e adquiram uma postura proativa no trabalho, ficando, inclusive, mais produtivos. Aos poucos, percebemos uma evolução dos alunos no relacionamento com as pessoas”, diz.

O projeto – concebido pela Assucere e desenvolvido em parceria com a Ceasa-PE – tem a premissa de que a educação deve ser sempre norteada pelo despertar da capacidade crítica e criadora dos alunos, dentro de um processo de ensino consciente e libertador. “Adotamos esse método como um facilitador do aprendizado, onde observamos os vocábulos mais usados pelos alunos dentro do ambiente em que eles estão inseridos e, dessa forma, selecionamos as palavras que servirão de base para as lições”, explica dona Val.


De acordo com a professora, os resultados alcançados na sala de aula se traduzem num melhor desempenho do trabalhador dentro da empresa. “Eles ficam mais ativos e passam a executar com mais agilidade e eficiência as atividades que lhes são atribuídas. A empresa ganha muito com isso”, observa. “Uma vez alfabetizados, eles entendem melhor o mundo que os cercam”, completa.

Pelo jornalista Carlos Enrique.
Projeto já alfabetizou muitos adultos que trabalham na Ceasa.



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